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sábado, 29 de dezembro de 2012

Palavras da Diva


"Muitas mulheres não sossegam enquanto não mudam o seu homem. E, quando o conseguem, ele perde a graça."


sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Intuição




Uma canção daquelas...


quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

A Jóia do Rio


Ela caminhava na margem oposta do rio quando a conheci. 

O que me chamou a atenção fora um brilho intenso na altura de seu peito. Uma pedra preciosa de considerável quilate que levava consigo. 

__É a maior e mais linda que vi até agora!__ gritei. 

__Quer para você?! Tenho outras!__respondeu a garota.

Soube mais tarde que era mentira. Aquela pedra era a única que possuía. Mesmo assim, sem titubear, arrancou o colar do pescoço e atirou a jóia em minha direção. 

O brilhante, todavia, teve um fim diverso: foi parar no seio das águas turvas do caudaloso rio, afundando lentamente, para meu desespero...

Olhei aflito para a outra margem. A menina não estava mais lá. Havia sumido depressa por entre os arbustos e pinheiros, assustando os passarinhos. Fugira de mim, por vergonha, talvez... 

Enlouqueci. Pensei em mergulhar. Buscar o diamante...  Hesitei, porém, porque senti dentro de mim um apelo, a maneira de uma mão invisível tolhendo-me a vontade. 

Nunca mais iria encontrá-las.  

Queria devolver o que lhe pertencia realmente... Queria, na verdade, um motivo para revê-las. 

Ver o brilho daquela jóia em seu peito, mais uma vez... 


domingo, 23 de dezembro de 2012

Easy




... like sunday morning...


Na imagem: Early Morning in Paris, óleo sobre tela de Leonid Afremov. Na música: Easy (cover: Faith no More).   


sábado, 22 de dezembro de 2012

Skylines





Relógio de Areia


Acordou com a embriaguez dos sonhos.

Permaneceu na beirada da cama, no limiar entre o sono e o despertar.

A preguiça o enlaçou com mãos sedosas e parecia entorpecer, mas seu toque é o único traço de realidade nesta manhã a  dar-lhe boas vindas durante sua volta para o mundo das formas...

Pisou, lentamente, no que acreditava ser a Lua, mas sentiu a frieza do chão.  

Desligou o abajur, este luminoso companheiro que se acostumou com o papel de astro rei, o seu pequeno Sol das madrugadas. A luz que delineia a travessura das penumbra nas noites cerradas, fazendo-as navegar por mares de fantasias nas paredes de seu quarto, banhando-lhe com inspiração.

Ele precisa dum guindaste para erguer seu corpo maltratado pelo fardo das incompreensões da semana. Esse corpo que suporta um peso o qual suas pálpebras sobre olhos castanhos teimam em não erguer.

Sim, ele é um desses sobreviventes semanais que dizem haver por aí. Não é uma ficção social ou um delírio ambulante, fruto amargo do que querem que ele seja. É um indivíduo, lutando pelo último despertar. Acredita que nunca irá fenecer no esquecimento da algazarra da turba alienada e consumista que grita lá fora...

Organizou os pensamentos, colheu impressões imprecisas, num exercício para lembrar-se daquilo que sonhou. Inquieto, respirou fundo e pausadamente.

Aproximou-se dele, o silêncio, e sussurrou-lhe algumas frases que soaram como um deslizar ligeiro de grãos de quartzo dentro de um relógio de areia...

Hora de levantar.


sábado, 15 de dezembro de 2012

Limites


Cansaço...

Minhas pernas,
Não sinto mais.

O problema reside aí:
Em não sentir,
Não sentir o que me faz sair do lugar.

Não sinto mais minhas pernas,
Depois de tanto correr,
Depois de tanta pressa.

Andar é tudo que resta,
Nessa lentidão imposta,
Composta de um querer e um não poder mais.

Cansaço:
Rédea,
Freio,
Reencontro.

Pernas...
Para que vos quero?
Para trazerem o olhar?
O ouvir?
O apreciar?
O conversar?
Para simplesmente parar?
Parar de tanto pensar,
No meditar, buscar sentir?
Viver?

É possível amar sem as pernas sentir?
(Sentir? Nem me lembro mais...)
Tenho que as perder para amar?
(Forma e tamanho de minhas pernas... Nem me lembro mais...)

Caminhar até algum lugar? Não.
Somente caminhar...
Somente o caminho,
Lento, até sentir o coração,
O sangue quente,
Pulsante,
Nas pernas,
Outra vez.

Sem elas ando, ainda,
Apesar de acreditar que voo...
E as pernas estão onde sempre estiveram,
Mas o cansaço que sinto,
Não me deixa sentir...

sábado, 8 de dezembro de 2012

Fala, Millôr!


"Quem mata o tempo não é assassino, é suicida."

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Love of My Life




O rock nunca mais teve uma voz como essa...

Mais uma vez...


... a madrugada tomou conta de mim...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Céu de Magritte


O carrilhão escorado na parede marca dez minutos para as dezessete horas. 

Na sala de espera, distraio-me com um tênue fio de fumaça delgado que sai de um charuto repousado sobre um cinzeiro de cristal em forma de estrela.

Cinzas acumuladas me dão vontade de jogá-las fora...

O ar-condicionado brinca com o filete dançante de fumaça, criando imagens, como se soubesse que eu estava ali para aplaudi-lo...

Cansado, respiro fundo. 

O aroma é doce.

Ele invade meus pulmões e vai subindo pelas paredes do recinto; passeia ao redor da luminária e ultrapassa o teto, tranqüilamente...  

Fez meus pensamentos levitarem para longe de meus olhos, para além da janela. É quando percebo que a única coisa que muda nesta tarde é o céu... suas cores e suas nuvens...

Lá embaixo, tudo igual.

Igual até as pessoas desaparecerem... até perderem seus sonhos para outros sonhos.

Do outro lado da rua, no oitavo andar, alguém acena para mim. Não a conheço, mas aceno de volta.

Escuto a maçaneta da porta girar.


domingo, 2 de dezembro de 2012

Espelho, Espelho Meu...


Este som é completamente surreal...


Só consigo imaginar um longo corredor, imerso na penumbra, e um caminhar compassado e solitário de alguém, a procura de si mesmo, em meio a tantas ilusões...  

(A Kraftwerk foi uma das bandas responsáveis pelo lançamento dos alicerces da atual música eletrônica).


Cecilianas?



Ego Sum


Quem acompanha este blog há algum tempo, sabe que eu gosto de trazer algumas reflexões sobre o ego.

Mas, afinal, o que seria esse tal de "ego"? 

Numa tentativa de responder a pergunta acima, fui em busca de uma definição dada por Carol K. Anthony, em o "Guia do I Ching", e que não é aquela da Psicanálise. O significado a seguir, tem a ver com os estudos orientais sobre autoconhecimento e autotransformação:

"(O) Homem (ou Mulher) Inferior é nossa autoimagem/ego. Aqui definido, o ego é composto de todas as autoimagens que já foram adotadas por nós ou que a fantasia nos levou a adotar. Uma vez criado, este eu adquire vida própria, cercando-se de uma verdadeira barricada defensiva e arrogante. É como se vestíssemos um determinado traje, por gostarmos do modelo, mas apenas para descobrir que ficou demasiado folgado em nós, fora de controle. O ego usurpa a liderança do verdeiro eu (Homem - ou Mulher - Superior) e, por manifestar-se pelo orgulho, resiste a ser deslocado."

A própria autora, no livro supracitado, ainda nos diz que nossa tarefa "consiste em ficarmos em guarda contra os questionamentos do ego e em nos mantermos libertos de seus desejos e exigências, suas esperanças e medos, suas crenças e dúvidas, seus pactos, promessas, velhas áreas de sensibilidade interior e reações habituais."

sábado, 1 de dezembro de 2012

Quanto ao resto...


"Uma mágoa não é motivo pra outra mágoa. Uma lágrima não é motivo pra outra lágrima. Uma dor não é motivo pra outra dor. Só o riso, o amor e o prazer merecem revanche. O resto, mais que perda de tempo... é perda de vida."

Chico Xavier

Detalhes




Tenho nos detalhes uma de minhas paixões. 

Gosto de ver aquilo que, infelizmente, tão pouca gente vê ou se importa no dia a dia: a beleza nas partes isoladas de um todo.

Comumente, esquecemos que as minúncias, os pormenores, muitas vezes, têm o poder de guardar a verdade a respeito de nós mesmos e do mundo que nos cerca...


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Anima: Michigan J. Frogg


Esta animação marcou época... Cheia de entrelinhas, dá pano para muita manga...

Mas, por hoje, basta com as "análises gaijinianas"! Hoje vai ser apenas um desenho animado, para relaxar a cuca. =) 




Bons tempos aqueles em que uma rã podia cantar, dissimular e sacanear com um cara, sem se preocupar em aparecer no Youtube, após um flagra com smartphone...   


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Levo você...





...no olhar...

___________________________

Na imagem: Bound for Distant Shores, surrealismo de Vladimir Kush.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Gentileza


"Um pouco de perfume sempre fica nas mãos de quem oferece flores."

- Provérbio chinês
 

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Pra Fechar a Madruga!


E não pode faltar, no repertório, o som totalmente excelente dessa rapaziada!

Em duas palavras: SHOW DEMAIS!!!

Tava devendo essa... Aliás tô "devendo" muita coisa neste "apertamento virtual", vamo ver se vai caber...

Aos poucos, "nois resolve".  ;D

(É outro DVD que vai rolar aqui em casa...)

domingo, 25 de novembro de 2012

Latinamente Só




Ahhh... Vou atrás desse DVD...


sábado, 24 de novembro de 2012

A Lua, meu Sol


Bom dia, noite;
   Boa noite, dia...

A Lua, meu Sol;
   O Sol, minha Lua...

Madrugada, tão amada;
   Cobertor é alvorada...

Sob a Lua, um mensageiro;
   O Sol é mero travesseiro...

À noite, silêncio sonha sem fim;
   O dia é cama de claridade em mim...  

Meia-noite chegou, 
   Amanheceu...

Meio-dia fechou os olhos, 
 Morreu...

 Dia, boa noite;  
 Noite, bom dia...

Millôr: pra sempre, genial...


Poesia Matemática


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Departure



Incrível a emoção exalada por essa escultura de bronze... 

O jeito como a jovem frágil se aninha sob o braço do rapaz, quase numa postura fetal, deixando transparecer tanta verdade e profundidade em seus sentimentos, tanto envolvimento, tanta confiança... 

Entretanto, ela demonstra também dependência emocional, com seu corpo praticamente todo apoiado no do seu afeto (se ele se afastar, subitamente, irá fazê-la cair). A mãozinha direita da moça, segurando-o pelo casaco, reforça a idéia do apego, o medo da perda. Todo o seu ser aparenta estar com ele e a expectativa de vê-lo partir, atemoriza-a de tal forma, que ela, de pronto, ao fechar-se em si mesma, parece despencar num "inverno emocional", imaginando a falta do amor que o rapaz sempre lhe deu...

Curiosamente, prefiro crer nesta possibilidade:  através de sua amada, pode-se ver que ele é um homem de bem, virtuoso. Caso contrário, não lhe entregaria, destarte, a intensidade do que sente. Ele traz na face um semblante de serenidade, ternura e compaixão, emoldurados por traços muito leves de uma angústia que não quer sentir, ou admitir. Um dos pés recuado para si e apontando para a mulher; o outro, para fora, distante, apontando para o mundo - a dualidade mostra a contradição que palpita em seu coração a cada sístole e diástole. Precisa da jovem, mas precisa fazer o que deve ser feito.  

Seu corpo mostra um certo ar de derrota perante as circunstâncias que o obrigam a sair do lado dela. Desmancham-se os ânimos de prosseguir, insatisfeito sobre deixar para trás aquilo que o apoia. Talvez, reflita o cansaço de muito pensar sobre permanecer ali ou não, numa resistência que já se sabia inócua, a maneira de quem se entrega à própria "massa sentimental", no intuito de tentar aumentar a inércia do tempo, estancando os segundos, eternizando o momento... 

Ambos estão de olhos fechados para tudo o que os cerca, absortos num diálogo silencioso de almas completamente afins. Mergulhados num ambiente somente dos dois e de ninguém mais... Nada de material subsiste entre eles.

Quem sabe, queiram nesses breves instantes antes da partida, fazer a solidão morrer para o mundo, uma ultima vez, para nascerem novamente, um para o outro, do mesmo modo quando renasceram quando se encontraram pela primeira vez...  

Deixo, por fim, uma pergunta para brincar com a imaginação de vocês leitoras e leitores: o que leva dentro da bolsa, o rapaz?


_________________________________________

Na imagem: "Departure", by George Lundeen. Outros ângulos da escultura podem ser vistos aqui.


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Versos Quase Brancos


Não riem mais de mim,
As rimas,
Nestas frases fugazes,
Meio alvas,
Meio pretas,
Que herdei,
Mais da cor da folha,
Menos da cor da tinta,
Escritas em vão,
Vão oco,
Vazio,
Sem ritmos,
Nem melodias,
Versos roucos,
Verbos poucos,
Substantivos entregues,
À míngua de inspiração,
E os adjetivos,
Mal se ergue a imaginação,
Débeis,
Morrem de inanição,
Na escassez destas orações,
Na vizinhança do nada,
Com a palavra escondida,
Covarde invisível,
Que teme existir,
Teimosa por não sair,
Cair nos esboços,
Onde chegam as preposições,
Caladas, caiadas,
Desorientadas,
Perdendo a noção dos nexos,
Misto de razão confusa,
Linhas quebradas,
Derrotadas, impedidas,
Em minha rendição,
Que deserda as estrofes,
Do resto criado,
E relega tudo a como está,
Ao abandono da página,
Quase nua,
Sobre a mesa,
Inconsciente.

Um pelo Outro


O amor: quanto menos você se conhece, menos o conhece...

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Backup do seu Blog


Semana passada, um amigo perdeu grande parte do material que ele havia postado no seu blog, por causa de uma invasão... Três anos de muita dedicação, textos e vídeos importantes desapareceram num piscar de olhos... 

Preocupado com essa possibilidade, de ver este espaço virtual e outros tantos irem pelos ares sem aviso prévio, compartilho agora com vocês um link contendo um tutorial que ensina como salvar todo o conteúdo do seu blog numa cópia de segurança.

É simples, fácil e rápido. Não deixem de fazer!

domingo, 18 de novembro de 2012

Cada vez Mais


A propaganda está virando a alma obsessora do negócio...

sábado, 17 de novembro de 2012

Abrindo Espaços


Nós tendemos a acreditar que o desapego tem como sinônimos o "desligamento" ou o "desinteresse" por alguém. 

É por demais equivocado, pensar assim...

O desapego, dentre os vários significados benéficos que assume, pode se referir a "dar espaço a outrem". Sobre isso, vejamos o que nos diz o seguinte excerto:

"Embora a amizade possa persuadir as pessoas, ela não une¹ essas pessoas a nós. O que prende, antes de mais nada, é nossa fidelidade à verdade². Às vezes, essa fidelidade requer que sejamos retraídos, sendo por isto interpretados erradamente como desligados e indiferentes. Com frequência, devemos deixar que os outros passem por más experiências. Talvez, seja a única maneira de verem que atitudes incorretas os desviam de seus objetivos."

(Carol K. Anthony, em O Guia do I Ching). 


Nota¹: a "não união" expressa no texto é aquela resultante da  falta de firmeza de propósitos no bem, da ausência de sinceridade, do cultivo da imaturidade, etc... 

Nota²: evidentememte, criminosos podem ser "amigos" e muitos daqueles que se dizem nossos "amigos", por temerem perder o nosso afeto, ferindo nossa suscetibilidade, costumam mentir ou esconder a verdade a respeito de nossas falhas de caráter.  

Meditações



Interessante perceber que certas músicas, com o passar dos anos, vão adquirindo uma conotação muito especial no campo dos meus sentimentos. 

O paladar musical se torna mais apurado, tanto que as melodias acabam provocando respostas bem mais profundas e marcantes; dizendo muito mais a respeito de quem sou, do que espero, daquilo que tenho medo...

É como se essas composições possuíssem muitas camadas e as vivências do cotidiano, com sua cota de alegrias e tristezas, dessem condições para devassar cada um desses envoltórios que vão revelando, por meio de diálogos expostos nas entrelinhas, minhas próprias facetas ocultas.   





Na música: "Meditação de Thäis", de Jules Massenet ; violinista intérprete Itzhak Perlman.


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

O Tédio


Uma foto amarelada, 3x4, da monotonia.

Novembro


Anda aqui e ali, sem saber,
Suave perfume novembrino,
Pela Zona Norte inteira se espalha,
E no meu mundo mudo vespertino.

Nele sobram sombra e verde-azul,
Ainda se vê na mistura, vivo alaranjado,
Tingindo o voo raso dos pássaros,
Que rabiscam com réstias de luz,
O silêncio dessas ruas, ora ensolarado...

sábado, 10 de novembro de 2012

Twilight Time




Uma verdadeira ode ao amor e a mais sublime das horas...


Quando a beleza nos faz vencer os medos


Tomamos o elevador e fomos até onde ele poderia nos levar.

Ao passarmos por uma porta vermelha, do tipo corta-fogo, mais alguns poucos degraus se mostraram e chegamos numa área cujo acabamento das paredes era inexistente. 

Um corredor pouco espaçoso e fracamente iluminado, com alguns extintores, logo a nossa direita. Ele nos levou em direção a uma escada de manutenção presa na parede que apontava para um pequeno alçapão no teto. A passagem estreita era proibida, mas quem sabia que estávamos ali? 

Minhas mãos começaram a esfriar e suar. Meu estômago embrulhava discretamente porque já antevia o que me esperava quando ultrapassasse a portinhola acima da escada...

Meus amigos foram na frente...  Eles me chamaram com entusiasmo. Hesitei um pouco e subi. Havia vencido mais de vinte andares. Não desistiria logo naquele momento.  Não queria perder a vista, por nada... 

No topo do edifício,  vinte metros quadrados ou trinta... não sei precisar... Entre nós e aquela altura estonteante, não existiam grades de proteção. Uma ventania se misturou com as nossas vozes...  

Dois colegas arriscaram uma aproximação das bordas, um outro (acreditem) até saltos mortais executou... E quanto a mim? 

Eu fiquei quase sem me mover, bem no centro, sob os olhares da vertigem... Passadas as primeiras sensações, lembrei, finalmente, que podia sentar... Aos poucos, porém, fui encontrando o caminho para a calma, até deixar meus medos serem domesticados pela maravilhosa explosão de cores em mais um incrível pôr-do-Sol...

Foi a minha recompensa.

Era tudo o que eu precisava naquela hora: uma fatia generosa de beleza que pudesse saciar minha fome de natureza...

O que põe tudo para cima


No fim - e começo! - das contas,
O bom caráter de uma mulher, numa relação,
É o que sustenta em mim o fascínio e o tesão...

Grito no Deserto


ABAIXO O MODISMO!

VIVA O QUE VOCÊ GOSTA!


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A música me cura...



Final de manhã agradabilíssima aqui na capital e, agora, nada melhor do que apreciar um clássico da música erudita para elevar de vez o meu astral: a abertura da suíte HWV 351 - Music for the Royal Fireworks. 

A autoria dessa peça pertence a um gigante do período barroco, Georg Friederich Händel.

Ouçam esta obra prima!

A impressão que ela me passa é a de ser um poema musical cujos versos nos contam, em poucos minutos, a incrível epopeia da criatura humana sobre a face da Terra...

(O que seria de mim, se não existisse a música...) 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Raiz de nossos males


A ditadura do ego é a mãe de todas as ditaduras.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Abraço




Sentir a imortalidade,
 O fim dos espaços, 
 Transcender o cárcere da carne, 
Alcançando luminoso horizonte,
Quase sem volta,
Para ver mil sorrisos 
Refletidos nos pedaços,
Dos relógios silenciados,
Migalhas do tempo eterno,
Soltas pelos laços,
No acalento de um abraço...

__________________________

Música: Ad Astra, by Amethystium. Ilustração de Alex Grey.

domingo, 4 de novembro de 2012

Fechando as Cortinas


Tenho a vida como algo parecido a um hábil ferreiro.

Bigorna e martelo.

Fogo e água.

Na forja de uma alma mais desmaterializada que vai passo a passo tornando o amor como deve estar no ser: capaz de amar, sem desejar ser amada.

Ontem, a minha espera (uma longa espera), finalmente, acabou...

Ontem, ganhei respostas... Elas chegaram à maneira de chaves de ouro que arrebentaram pesados grilhões de dúvidas, incompreensões e indiferenças. Também trouxeram notas de tristeza para o olhar de minha noite e o canto melancólico de um coração vazio no peito da madrugada tão querida.

Sei que tudo tem sua razão de ser. Tudo é causa e efeito... Em breve, vou entender (sentir) melhor o gosto do bem que tudo isso me proporciona. Aceitar, faz-nos colocar, na boca de uma emoção infeliz as suas próprias partes escuras que devem ser por ela digeridas, ainda que muito amargas, mas saudáveis porque nos despertam numa autofagia redentora.

Sigo em frente, com as experiências que me são postas nas costas, fardo que o tempo deixa mais leve quando vai transformando o aprendizado em sabedoria.

Todas as dificuldades são boas porque trazem, cedo ou tarde, a harmonia dentro de nós; porque endireitam caminhos e curam feridas do passado, marcadas pelos desencontros comigo mesmo, e com os outros...

O tempo é amigo, sempre. 

Ainda que, muitas vezes, nele não acredite...


sábado, 3 de novembro de 2012

Cash... fica assim não, meu irmão...




Boas músicas... imortais...


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O Rato e O Caracol



Para ouvir o conto, acesse o link.  

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Tenhamos Amor Por Nossa Casa


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Na sombra do condor

 Ledesma canta virado pelo avesso: mostra na voz quão vibrante é a luz de sua alma...



"El condor pasa el cielo del Peru, llorando,
sintiendo que ya perdió la luz... de la libertad.

Y sabe que vendrá buscar al sol y al clarín,
de algun decir, americano sois. Inca!

Vendrás cuando arrebienta el sol sobre la luz, de algun decir,
entonces America irá libertar, sin nadie morir, Imperio Incaico al fin.

 Libre, libre, libre!
"


Libre

"Demuele los muros que te separan de ti mismo. 
Elimina al monigote que construyeron alrededor de tu conciencia. 
Te inyectaron la corcova del parecer. 
Te ataron al tiempo definiéndote por la edad. 
Te embutieron en el rostro muecas de ancestros. 
Encerraron tu ser en un pasaporte, en un idioma. 
Mutilaron tus diferencias. 
Cesa de vivir a tu alrededor, despréndete de lo superfluo, busca sin cesar la raíz invisible hasta que te encuentres libre de definiciones, sumergido en la felicidad."  

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Edit

Se vacilarmos, o português não perdoa... 

Lendo mais uma vez a poesia "Sobrevivência" (post anterior), descobri duas construções estranhas, nos dois últimos versos da última quadra.

A primeira esteve presente no trecho "Na busca do pasto" (é o gorgulho ou o pasto que busca?).

A outra, infelizmente, tive que modificar também, porque nela ouvíamos um som inconveniente, "zamão", quando líamos "Enfrentas a mão!". Parecia até que "zamão" era um personagem a ser enfrentado... 

Essa sonoridade foi de matar, embora a idéia contida no desfecho do poema trouxesse algo mais heróico, com uma dramaticidade ideal... Mas não soou bem...

A questão é que, para a manutenção do ritmo, tenho que "abreviar" alguns versos, pondo de lado algumas partículas, como por exemplo certos pronomes possessivos, que iriam quebrar a musicalidade das quadras. Então, se não tiver cuidado, pode tornar-se comum o aparecimento de sons tipo "zamão". 

Essa história toda sobrou para o pequeno gorgulho: passou de anti-herói que, faminto, enfrentava a "mão do destino", para a categoria de um reles ladrão de feijão... 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Sobrevivência


Gorgulho insensato,
Em meio às sementes,
Tu trocas a vida,
Por mísero grão?

Tu andas tão lento,
Pareces um sonso,
Um pobre faminto,
    Por sobre o balcão...

Teimoso inseto,
Não vês o que faço?
Eu tiro as pedras,
Escolho o feijão!

A fome te impele,
À ingrata coragem,
Em busca do pasto,
Tu viras ladrão! 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Trilhando o Amarelo (3)

“Não se apresse em acreditar em nada, mesmo se estiver escrito nas escrituras sagradas. Não se apresse em acreditar em nada, só porque foi um professor famoso quem disse. Não acredite em nada, apenas porque a maioria concordou que é a verdade. Não acredite em mim. Você deve testar qualquer coisa que as pessoas dizem através de sua própria inteligência, experiência e sabedoria antes de aceitar ou rejeitar algo.” 

Helga... deixa o homem dormir...


Homenageando a personagem, batizei a minha rotina com o nome de Helga...

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Look at the stars...



Pois é... Acordei assim hoje...


terça-feira, 2 de outubro de 2012

Trilhando o Amarelo (2)

"O Eu é o mestre do eu. Que outro mestre poderia existir? Tudo existe, é um dos extremos. Nada existe é o outro extremo. Devemos sempre nos manter afastados desses dois extremos, e seguir o Caminho do Meio."



domingo, 30 de setembro de 2012

Liberdade! Liberdade! Abre as Asas Dentro de Nós!

O seres humanos que se dizem democráticos comumente pregam apenas aquela liberdade referente a assuntos da realidade externa e material. Como exemplos, podemos citar a própria liberdade de ir e vir e a liberdade de expressão.

A fim de que tehamos uma vida plena, contudo, não é suficiente a teoria e a prática da liberdade social, se continuarmos com o cultivo do apego por alguém ou por alguma coisa. 

Esse dilema se mostra bem, quando um ente querido parte em virtude da morte de seu corpo biológico; quando ocorre a perda de um emprego; quando a beleza desaparece por conta da velhice; quando alguém perde a moradia, em decorrência de um desastre, despejo ou desapropriação, ou ainda, quando existe a  perda de um objeto de estimação ou de um animalzinho querido. 

De modo fundamental, a luta para sermos livres não deve ser travada tão somente no âmbito do mundo objetivo, das coisas sensíveis. A liberdade é, antes de tudo, um acontecimento subjetivo da mais alta importância. Sua realização demanda urgência em nossas vidas pelo caminho da aceitação das dores e limitações que se nos apresentam dia após dia. 

Mas, aceitar, aqui, não quer dizer conformismo... 

Para alcançarmos a liberdade interior, que há de provocar todos os desapegos e retirar de nós toda a carga de sofrimentos proporcionados pelos desejos,  faz-se mister a promoção da maior e mais importante   revolução que espera por cada homem e mulher: a reforma do nosso mundo íntimo.

As transformações paulatinas produzidas pelo constante exercício do desatamento de laços internos, leva-nos, com o tempo, a retomada do conhecimento daquilo que nos traz a dor e mostra-nos como evitar a criação de novas amarras.

Por conhecer bem esse problema, o célebre François Fénelon (1651-1715) certa feita disse que "o mais livre de todos os homens é aquele que consegue ser livre na própria escravidão". Dessa forma, ele evocava a nossa capacidade de autodomínio e autossuperação, tirando-nos da condição de vítimas das circunstâncias.

Fénelon sabia que a liberdade íntima faz nascer um homem senhor absoluto de si mesmo, diante de qualquer situação considerada aflitiva, paralisante ou temporariamente irremediável. O estado de ser "livre em si mesmo", abre espaço para a independência emocional que afasta o indivíduo da condição de semelhança com uma mera folha solta que rodopia, sobe e desce ao sabor de ventanias, mudando constantemente sua direção. 

A liberdade interior, na superação dos apegos, é uma das condições básicas sine qua non para toda a liberdade que se queira exercer, com responsabilidade, no mundo social.


domingo, 16 de setembro de 2012

É preciso falar mais sobre isto


"(...)

Sempre que estivermos no campo audível da música, sua influência atuará constantemente sobre nós - acelerando ou retardando, regulando ou desregulando as batidas do coração; relaxando ou irritando os nervos; influindo na pressão sagüínea, na digestão e na respiração. Acredita-se que é vasto o seu efeito sobre as emoções e desejos do homem, e os pesquisadores estão apenas começando a suspeitar-lhe da extensão da influência até sobre os processos puramente intelectuais e mentais.

Além disso, influir no caráter do indivíduo é o mesmo que alterar o átomo ou unidade básica - a pessoa - com a qual se constrói toda a sociedade. Em outras palavras, a música também pode representar um papel muito mais importante no determinar do caráter e da direção da civilização do que a maioria das pessoas, até agora, propendeu a crer. Os poderes da música são multifacetados, às vezes msteriosamente potentes e, até agora, não de todo compreendidos. Podem ser usados ou abusados. Desprezamos o emprego consciente, construtivo, desses poderes em nosso próprio prejuízo. Ignoramo-lo para o nosso próprio perigo.

Conquanto pouco se reflita hoje em dia sobre o significado ou a função da música dentro da sociedade, as civilizações de outrora eram, de ordinário, muito cônscias do poder da música. Isto foi especialmente verdadeiro na era pré-cristã. Com efeito, quanto mais olhamos para trás no tempo, tanto mais se nos deparam pessoas que tinham consciência dos poderes inerentes ao âmago de toda música e de todo o som.

Tem sido fácil para o homem moderno, nascido e educado numa sociedade impregnada da filosofia do materialismo e do reducionismo, cair na armadilha de ter a música na conta de um aspecto não-essencial e até periférico da vida humana. E, no entanto, um ponto de vista dessa natureza teria sido considerado pelos filósofos da antigüidade não só irracional, mas também, fundamentalmente suicida. Porque desde a China até o Egito, desde a Índia até a idade áurea da Grécia, encontramos o mesmo: a crença de que há algo imensamente fundamental na música; algo que, criam os antigos, lhe dava o poder de fazer evolver ou degradar completamente a alma do indivíduo - e, por esse modo, fazer ou desfazer civilizações inteiras.

(...)"

(Excerto de O Poder Oculto da Música, David Tame, Cultrix, 9ª edição, 1993)              

                         

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O eixo imaginário da Terra


Com muitos amigos,
Tempos de criança,
Brincava sobre um muro,
Da largura de um tijolo,
A quatro metros do chão,
Os pés, na vertigem, suavam,
Olhos erguidos para o alto
Faziam as pernas tremularem,
O que havia, invertia-se:
Não eram nuvens no céu,
Num galope livre pelo azul,
A imaginação me queria,
E ensinava-me,
Que os edifícios,
E todo o restante da Terra,
Giravam céleres 
Ao meu redor...

domingo, 2 de setembro de 2012

Por um fio...


Penso não existir,
Quem ame pela metade,
Mas, para quem se arrisca
No Ato de Amar,
Há que se andar sempre pelo meio,
Dividir a vida em duas partes,
Recusar ambas ao mesmo tempo,
E, ainda assim,
Aceitar os lados que se juntam...

É quando percebo, então,
Que o amor e a corda bamba,
Tem tudo a ver,
Um com o outro.


sábado, 1 de setembro de 2012

Um Pedido

"Não se curem além da conta. Gente curada demais é gente chata. Todo mundo tem um pouco de loucura. Vou lhes fazer um pedido: vivam a imaginação, pois ela é nossa realidade mais profunda. Felizmente, eu nunca convivi com pessoas muito ajuízadas."
                                                                                       

domingo, 26 de agosto de 2012

Mas eu tô tão feliz



É raro eu gostar de todas as músicas de uma banda, de um compositor, de um músico. Djavan, todavia, é uma das exceções à regra: guardo pra mim todas as melodias e letras desse mestre.


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Sem fim



Amar,
Infinitivo,
Infinito vivo,
Enfim, te vi,
Em mim, te vivo.

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Na imagem: Foggy Day, by Leonid Afremov.


quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Cantor da Solidão



O teu medo me aprisiona,
Na gaiola da saudade;
E faz de mim, passarinho,
Um cantor da solidão...

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Na imagem: arte de Riki Blanco

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Passageiro

Meia-noite na capital.

Pela janela aberta do ônibus, a chuva descia em meu rosto quente. Vinha com a brisa do movimento, e desejou meus olhos fechar. Parecia um choro, mas me convenci de que era apenas água salobra, escorrendo no canto dos olhos...

Recife se despiu na minha frente, quase sem vivalma em suas artérias que sangram todo dia para lugar nenhum. Eu, inclusive, um freqüente ausente de mim, não me contei entre os noctívagos que por ela transitavam no esquecimento dessas horas.

Nem Recife e nem eu me possuíam.

Enquanto eu bebia a chuva, eivada com o meu sabor agridoce de humanidade desacordada, o ônibus fatiava as avenidas, as pontes e os viadutos, engolia o tempo e regurgitava meus pensamentos sem os mastigar...

Ao chegar em casa senti falta de algo meu que fugiu no silêncio e quedou em alguma rua cujo nome não sei pronunciar, porque deixei a noite falar sobre mim por toda viagem.

Enquanto sonhava um sonho de passageiro, mais um pouco de quem sou cresceu e partiu.

Partiu-me em duas metades.

A que ficou, sei que vai morrer...

Uma hora da manhã na capital.

domingo, 5 de agosto de 2012

You




Be my dawn;
Don't be my curse...



sábado, 28 de julho de 2012

Lua sempre Nua


Lindo demais o trabalho intitulado "Private Moon", realizado por Leonid Tishkov, que me fez sonhar e desejar uma Lua só pra mim, aqui, dentro de meu quarto...

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"Rangitoto volcano sleeps away
the moon amazed by its beauty fell on damp shining shore
and I am amazed by the beauty of the Universe
"

L. Tishkov

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Sons da Madruga

Navegando no Youtube, acabei esbarrando nesta figuraça: Ewan Dobson! Esse carinha é um violonista canadense, premiado que manda muito bem no violão...


Bacana são os visuais bastante irreverentes com os quais se apresenta em alguns vídeos...

Nesta outra música é muito legal como ele passa a idéia exata do funcionamento desumano, monótono e alienante de uma linha de produção:


Procurem ver os outros trabalhos desse músico no Youtube. ;D

quarta-feira, 25 de julho de 2012

E ando sobre a terra e vivo sob o Sol



A simplicidade me cativa.  

Coisas simples costumam trazer grandes lições e pessoas simples geralmente exalam sabedoria e sinceridade... A simplicidade nas pessoas as torna agradáveis, e, não raro, predispõem as relações à formação de laços de amizade fortes e inquebrantáveis. 

Se pararmos para pensar um pouco, iremos ver que todo esse mundão aí fora se baseia em simplicidades: em minúsculas partículas que se compõem a partir de outras ainda mais simples, construindo bilhões e bilhões de organismos vivos e estrelas...  

A própria arte se baseia na simplicidade: na pintura a óleo, por exemplo, meros traços em fundo branco se unem até despertar em nós incríveis emoções... Na música, as notas, sete delas apenas, são cosidas em infinitas combinações melódicas... Na fotografia digital, os pixels fixam na recordação impressionantes momentos do nosso universo, da nossa existência...  

Somos simples por natureza e penso que a perda dessa percepção, no cotidiano, é umas das várias razões de nosso sofrimento.  

*    *    *

A música a seguir é simples, muito bonita e trouxe ao íntimo boas reflexões...



Ao ouvi-la, não consigo deixar de lembrar, dentre outras meditações que me ocorreram, aquele pensamento: "conhece-se a árvore por seus frutos". 

E que toda a árvore vem de uma singela semente...


sábado, 9 de junho de 2012

Profunda(mente)



"Eu mergulho até onde o único som que posso ouvir é o das batidas do meu coração."  

(Michele Rallo, mergulhador em apnéia)

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No vídeo: imagens de "BBC Wild Caribbean"; na música: Caribbean Blue, composed by Enya.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Indefinidamente


"Toda imagem, quando se transforma em um símbolo, possui a capacidade de apontar indefinidamente para além de si mesma."

                                                                        Johan Dagenaar


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Na imagem: Pomba da Paz (1949), de Pablo Picasso

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Take Five (Belgium 1964)

domingo, 13 de maio de 2012

Dicas Culturais 2.0

O fascínio que tenho por livros, devo a meu pai que herdou o mesmo fascínio de meu avô. Cresci num ambiente no qual a leitura é tão importante quanto respirar e trabalhar. 

Não me canso de ouvir meu pai dizer com muita satisfação que, no seu tempo de estudante universitário, ficou várias vezes sem almoçar a fim de destinar a maior parte do dinheiro, enviado de Fortaleza pelo meu avô, para a compra de livros em sebos no centro da cidade.

Na polícia, antes de se aposentar, tornou-se conhecido como o "delegado filósofo", sempre prendendo a atenção dos colegas com a erudição que demonstrava em assuntos relacionados à Política, à Literatura, à Filosofia e ao Espiritualismo...

Nunca vou esquecer quando, nas madrugadas, ele me colocava dentro do carro para irmos até uma livraria que havia no aeroporto. Impagável era sentar-me no chão da loja, perder a noção das horas, espalhar e folhear as obras cheias de informações e desenhos, sentindo aquele perfume maravilhoso de livro novo... Mas o melhor ficava para o final: "filho, quer levar alguma coisa?".  Eu contava, então, com uns três anos de idade. Repetiríamos esses momentos por mais alguns anos, felizmente.     

Minha mãe vive reclamando, até certo ponto bem humorada e resignada, porque se preocupa em saber onde vão caber os próximos livros que compraremos... Só aqui em casa, já  são aproximadamente dois mil exemplares... e chegando mais... Imaginem a trabalheira que dá arrumar e fazer a faxina em tudo isso...

Uma curiosidade pré-histórica (com o perdão do trocadilho): até hoje, tenho guardado o primeiro livro que comprei. Ele pode ser visto aqui: frente e verso.

Bom, vamos agora para mais algumas dicas de excelentes livros, desta vez, na área de biografias, aquisições recentes (as sinopses não são minhas):


- Minha Vida - Charles Chaplin

Charles Chaplin - o nome é mágico. Quem é o comediante de calças ensacadas e bigodinho preto que provocou risos e lágrimas em milhões de criaturas? Como pôde o rapazinho conquistar Hollywood com a sua inimitável mistura de drama e alegria? Quem se esconderá por trás do personagem universalmente amado que ele inventou e dos grandes filmes que fez?

Neste livro, Carlito narra a extraordinária história de seu trabalho, de sua arte, de seus amores, suas amizades, sua filosofia, seus julgamentos e suas decepções. É uma história extremamente humana que ele conta com maravilhosa vivacidade.

Carlito é reconhecidamente um dos raros gênios indiscutíveis do século XX. O olhar agudo da publicidade penetrou seus amores, seus casamentos e suas rusgas com a burocracia americana. Podemos acompanhá-lo em meio dos seus julgamentos etribulações, que terminam com sua partida da América para a Suíça, onde viveu com a famosa esposa Oona e seus oito filhos alternadamente alegre e séria, absorvente da primeira à ultima página, acima de tudo autêntico e brilhante reflexo de um grande ser humano, esta é, sem dúvida, uma das mais importantes autobiografias do nosso tempo.


- CHAPLIN: Uma biografia definitiva - David Robinson

O maior ícone da história do cinema, Charlie Chaplin, viveu uma das mais dramáticas jornadas da pobreza à fama. Sua vida foi marcada por contrastes extraordinários: a criança de um bairro pobre de Londres que se tornou multimilionário; o palhaço cinematográfico que era um perfeccionista compulsivo por trás das câmeras; o astro bajulado que caiu publicamente em desgraça após escândalos pessoais e políticos.

Esta biografia, definitiva e atraente, é a única a ter tido acesso irrestrito aos arquivos de Chaplin. A presente edição oferece um variado conjunto de fotos e a mais completa filmografia do gênio. Inclui também novo material revelador acerca dos casamentos de Chaplin, seu caso com a atriz Louise Brooks, a perseguição que ele sofreu do FBI durante a caça aos comunistas, revelando o papel da agência no caso de “prostituição” aberto contra ele, e a importância do filme de Richard Attenborough, Chaplin. “Não consigo imaginar como alguém poderia escrever um livro melhor sobre assunto tão complexo... comovente e divertido, assustadoramente completo e profundamente respeitoso.” Sunday Telegraph “Uma destas biografias viciantes que você começa vasculhando o sumário para achar os itens que lhe interessam... e quando a noite chega você está lendo o livro de cabo a rabo.” Financial Times “É um trabalho sólido, e reflete um talento maciço.” The New York Times Book Review.


- Minha Vida e Minhas Experiências com a Verdade - M. K.  Gandhi

Os editores apresentam pela primeira vez no Brasil em tradução direta do inglês, a obra de Mohandas K. Gandhi Autobiografia: Minha Vida e Minhas Experiências com a Verdade. Trata-se de mostrar ao público brasileiro uma parte importante - e das mais representativas - da extensa obra escrita desse notável pensador, político e educador indiano. Num momento em que questões relativas à ética, à liberdade, aos direitos humanos, e à exclusão social se tornam desafiadoras e, em muitos países, de solução inadiável, abordá-las é uma tarefa que interessa a todos os setores da sociedade.

Conceitos como a não-violência, por exemplo, são detalhadamente apresentados e fundamentados pelo autor. Ao lado da educação e dos trabalhos comunitários, ela surge como instrumento de primeiríssima necessidade para a definição de novos modos de interação humana. Por tudo isso a apresentação desta obra atende a uma necessidade básica, em especial se levarmos em conta que o colonialismo - para cuja abolição Gandhi tanto se empenhou - hoje ressurge sob novas formas e em escala planetária.

Como todo pensamento fundamental, o ideário gandhiano cresce em universalidade e atualidade à medida que os anos passam. Não seria adequado, portanto, procurar inseri-lo em uma determinada escola, contexto ou época. A saga gandhiana é um exemplo luminoso de como a resistência à opressão - que inclui a que impomos a nós mesmos - precisa começar pelo trabalho com o ego e estender-se à coletividade. Esse trabalho inclui uma fundamentação ética precisa e uma disciplina rigorosa, que precisa ser exercida no plano prático, isto é, na lida com as atividades do dia-a-dia, inclusive - e talvez principalmente - no âmbito da política.A vida de Gandhi é um eloqüente testemunho disso - e também uma pungente demonstração das dificuldades que um projeto desse porte implica. Sua história mostra como o sagrado está presente também no mundo natural e por isso mesmo entre nós - revela como ele faz parte do cotidiano e emerge da convivência pacífica entre pessoas.


- Memórias, Sonhos e Reflexões - C. G. Jung

Reunidas e editadas poucos anos antes da morte de Jung, por Aniela Jaffé, sua colaboradora, essas memórias se apresentam como uma auto-análise de um dos grandes pensadores da humanidade. Nelas, estão presentes fatos como a pesquisa do inconsciente como caminho do eu interior, a infância de um filho de pastor, as divergências da psiquiatria do princípio do século e as viagens à África.


- JUNG: uma biografia ( Vol. 1) - Deirdre Bair

A premiada biógrafa de Samuel Beckett, Simone de Beauvoir e Anaïs Nin disseca neste livro a vida, a obra e as controvérsias que marcam um dos nomes fundamentais da história da psicanálise. O livro é fruto de cerca de oito anos de pesquisa intensa, lidando com farta e por vezes inédita documentação. Com seu foco objetivo e equilibrado, consegue fugir tanto da bajulação "hagiográfica" quanto do rancor de tantos estudos do gênero, que não conseguem captar Jung para além das distorções movidas pela ingenuidade ou oportunismo.

Esta obra tem pleno direito de ser considerada uma das mais completas abordagens já feitas da vida longa, densa e atribulada de um dos gigantes da psicologia moderna, nome de proa dos primeiros tempos da psicanálise, antes da dramática ruptura com Sigmund Freud, em 1912 e 1913.   


- JUNG: uma biografia ( Vol. 2) - Deirdre Bair  

O próprio Carl Gustav Jung (1875-1961) advertia aos candidatos a biografá-lo - ele é um 'fenômeno um tanto complicado', que dificilmente seria compreendido por um único estudioso isoladamente. Sugeria um 'comitê' - nunca estabelecido - que somasse estudos biográficos parciais, oriundos de campos diversos como a medicina, a filosofia, a religião, a mitologia e a arte. Nessa mesma linha, o biólogo Adolf Portmann disse que a trajetória de Jung só seria inteligível pelo esforço conjunto de 'diversos trabalhos de vulcanologia'. Por aí se vê o tamanho da ousadia da jornalista e escritora norte-americana Deirdre Bair ao tomar o psicólogo suíço, em todas as 'erupções', como tema de seu 'Jung, uma biografia'.

Lançado originalmente em novembro de 2003, o livro é fruto de cerca de oito anos de pesquisa intensa, lidando com farta e por vezes inédita documentação. Com seu foco objetivo e equilibrado, consegue fugir tanto da bajulação 'hagiográfica' quanto do rancor de tantos estudos do gênero, que não conseguem captar Jung para além das distorções movidas pela ingenuidade ou oportunismo.


- Fernando Pessoa: uma quase autobiografia - José Paulo

Fernando Pessoa - Uma Quase Autobiografia' é uma obra sobre as muitas personas assumidas pelo poeta português. José Paulo Cavalcanti procurou revelar os heterônimos que habitaram o imaginário e a escrita de Fernando Pessoa, apresentando a produção e as origens de cada um deles. O autor buscou saber quem foi o homem Fernando Pessoa, como ele vivia, com quem se relacionava e quem foram as personas que ganharam vida com ele - segundo José Paulo, eram 127 no total. A obra apresenta frases e citações do poeta, mas também contém depoimentos de pessoas que conviveram com ele e contribuições do próprio autor. Ao longo de toda a obra, José Paulo Cavalcanti traduz e procura explicar cada expressão portuguesa usada, tanto na obra de Pessoa como em depoimentos ou outros registros. 


- Minha Terra e Meu Povo - Dalai Lama

Escritas pelo jovem Dalai-Lama no exílio, essas memórias recriam a milagrosa trajetória que se inicia com seu nascimento e os primeiros anos de vida, prossegue com a busca e a emocionante descoberta daquele que é a reencarnação do Dalai-Lama, e termina com a fuga para o exílio, depois de terrível perseguição. Narrada com a simplicidade característica deste grande líder, o livro transporta o leitor para o Tibet, apresentando seus costumes, a mentalidade de um povo profundamente espiritualizado em sua fé budista e, acima de tudo, revela a evolução de um homem extraordinário que luta pela libertação de seu povo, tocando a todos com a sua bondade.

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Por enquanto é só pessoal... Em breve postaremos mais dicas culturais. Para acessar o post contendo as dicas anteriores clique aqui.

sábado, 21 de abril de 2012

Fora de Mim

Desapareço,
Fujo dos atropelos,
Da correria enferrujada,
Na competição dos ponteiros,
Tempo de horas atrasadas,
Apressadas,
Desmarcadas,
Pelo relógio vermelho,
Desbotado, pulsante,
Sôfregos batimentos,
Surdos-mudos,
Insopitáveis,
Desregulados,
Num "tic-tac" malsão,
Em sístole constante,
Estrangulando pensamentos,
Sentimentos,
Que sustentam e lamentam,
Emoções suspensas,
Tensas, incompletas,
Nas garras da ambição,
Brincando de vaivém,
Com o gélido pálido,
Pêndulo vil metálico,
De mecânica indiferente
Absurdo incessante,
Insatisfeito,
Sempre inquietante,
A empurrar sem compaixão,
O andamento dos corpos,
Nos abismos niilistas,
Afogando os consumistas,
Em oceanos de sensações,
É a rotina trombando corpos,
Na desconstrução dos passos,
Descompassos,
Arritimias cardíacas,
Sem laços,
Afastados,
Isolados,
Desconexos,
Vícios solitários,
Por entre tantos rastros apagados,
Rostos riscados com pó,
Desfeitos em suor, cansaço,
Fardos carregados na depressão.

domingo, 15 de abril de 2012

Conexões Inseparáveis (3)


A seguir, um link com a entrevista do físico teórico e ecologista Fritjof Capra, autor de vários livros, dentre eles  "O Tao da Física" e "O Ponto de Mutação".

Defensor do pensamento sistêmico, o saber de Fritjof  se apoia na compreeensão de que o universo a nossa volta deve ser tratado por meio de uma visão  não linear (em contraposição ao modelo linear, "reducionista-mecanicista").

Segundo ele, e outros estudiosos, o mundo ao derredor estrutura-se através de um emaranhado de sistemas complexos, interconectados, estendidos do micro até o macrocosmo.

Assistir

Conexões Inseparáveis (2)



The earth does not belong to man.

Man belongs to the earth.

All things are connected like the blood that unites one family.
Man did not weave the web of life.

He is merely a strand in it.
Whatever he does to the web he does to himself.

(Native American Wisdom)

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Trilhando o Amarelo



VIII

A bondade sublime é como a água*
A água, na sua bondade, beneficia os dez mil seres sem preferência
Permanece nos lugares desprezados pelos outros
Por isso, assemelha-se ao Caminho

Viva com bondade na terra
Pense com bondade, como um lago
Conviva com bondade, como irmãos
Fale com a bondade de quem tem palavra
Governe com a bondade de quem tem ordem
Realize com a bondade de quem é capaz
Aja com bondade todo tempo

Não dispute, assim não haverá rivalidade


*SUE: água. No I Ching, é o primeiro elemento da natureza, representa o princípio. Na alquimia taoísta corresponde ao Sopro Primordial. 
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Texto extraído do Tao Te Ching, de Lao Tsé; tradução e notas de Wu Jyh Cherng. Editora Mauad, 6ª ed. 

domingo, 8 de abril de 2012

Jet Lag Doméstico


Na certa, esse daí ficou assim depois que voltou de uma longa viagem, da geladeira até o quarto...

En passant: dou sorte por não ter como companheira uma patroa dessas, porque meus "jet lags" estão cada vez mais freqüentes e difíceis de se lidar.

Nesses anos todos de relógio biológico desajustado, já nem sei quantas horas de sono perdi e nunca mais vou recuperar...


terça-feira, 20 de março de 2012

Lições de Morfeu

Quatorze horas, mais ou menos, em um lugar no meio do nada.

Céu azul, sem nuvens... Muita areia pelo chão. Areia branca, "batida". Terreno sem inclinação, homogêneo, a perder de vista... Um deserto.

Dois arranha-céus imensos de aço e vidro foram erguidos nessa paisagem. Estão inacabados. Eles projetam sombras agradáveis, embora o Sol não aparecesse.

Betoneiras, guindastes, montes de vigas e britas, ferramentas e sacos de cimento se revelam espalhados de forma organizada, por um vasto canteiro de obras.

Não existe sinal de qualquer engenheiro ou peão nas redondezas... Uma sensação de abandono paira no ar... Quase posso dizer que tudo neste local esperava por mim, sem pressa...

*    *    *

Mais tarde, compreendi que atendia a um apelo de mim mesmo para terminar o que comecei. No sonho, era como se alguém me dissesse: "Ei! Venha até aqui e olhe para isso... Vai ficar assim mesmo? Incompleto?". 

Fiscalizava e avaliava o andamento de minhas próprias realizações internas cujas conseqüências nunca poderei evitar...  

Empatia

domingo, 18 de março de 2012

Tudo Verde no Olhar

sábado, 10 de março de 2012

Conexões Inseparáveis

"(...) Como esquecer o lar à matroca e exigir uma escola perfeita? Como crer seja isso cabível, se a escola é um desdobramento do santuário doméstico, se a professora continua o precioso trabalho materno e se o professor prossegue na obra benemérita do coração paternal?"

sábado, 3 de março de 2012

God Put A Smile Upon Your Face


Música do álbum A Rush of Blood to The Head (na minha opinião, este disco é o melhor trabalho da banda).

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Flutuante

"De tanto lidar com sonhos, eu mesmo me converti num sonho. O sonho de mim mesmo."

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Blá Blá Blá

Sempre que assisto ao vídeo abaixo, a leitura que faço é aquela a respeito do bombardeio de reclames que sofremos, diariamente, das agências de publicidade.

Vorazes, elas nos empurram com violência o supérfluo, disputando entre si - quase sem limites - a primazia no pódio dos interesses da coletividade. Buscam alienar, sem tréguas, os indivíduos que são apanhados pelos ensurdecedores fogos cruzados nos campos de batalha mídiáticos.

Suas propagandas ficam, insistentemente, batendo pregos em nossas cabeças, serrando e perfurando as nossas vontades até a nossa completa submissão! Até nos curvarmos ao consumismo, às falsas necessidades, sob pena de - caso rejeitemos as informações - virarmos um exército de recalcados, porquanto os desejos não satisfeitos transformam o homem em criaturas atoleimadas que somatizam, mais tarde, transtornos psíquicos de variada espécie, sob a forma de ansiedades, insônias e múltiplos achaques, lotando consultórios psicanalíticos e clínicas psiquiátricas...

Sofremos uma verdadeira perseguição tenaz: uma obsessão, na maior parte das vezes, subliminar, sutil, a qual raramente nos damos conta, por causa de nossas invejas, vaidades e ambições que atuam em nós como portas escancaradas a toda espécie de lixo comercial .


domingo, 5 de fevereiro de 2012

Nossa Grande Recife

Compartilho com os navegantes que por aqui aportam um link, contendo algumas fotos muito bonitas da parte "bem cuidada" de minha terrinha...

Não sou bairrista... Não coaduno com esse tipo de atitude e aprendi também a me despir de quaisquer preconceitos regionais. Divulgo essas imagens, não por ufanismo citadino, mas sim, porque gostaria de ter mais perto de mim todos vocês que visitam este blog...

Nestas plagas sob as bençãos do Cruzeiro do Sul, onde eu pisar será um lugar apenas, da nascente do rio Ailã, no Monte Caburaí, situado em Roraima, ao Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul; da Ponta do Seixas, na Paraíba até a nascente do rio Moa, no Acre...

Por isso, Recife é minha, Recife é nossa!

Vejam as fotografias, na companhia do jazz de Chet Baker, interpretando My Funny Valentine (composição de Richard Rodgers e Lorenz Hart):





Boa viagem!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Equilíbrio 2

"Se o seu coração é absoluto e sincero, você naturalmente se sente satisfeito e confiante, não tem nenhuma razão para sentir medo dos outros."

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Equilíbrio

"A música cria ordem a partir do caos; pois o ritmo impõe unanimidade ao divergente, a melodia impõe continuidade ao descosido e a harmonia impõe compatibilidade ao incongruente.

Destarte, a confusão rende-se à ordem e o ruído à música, e, a medida que nós, através da música, alcançamos a maior ordem universal, que repousa sobre relações fundamentais de proporção geométrica e matemática, o tempo meramente recebe uma direção e é dado poder à multiplicação dos elementos e propósito à associação fortuita."