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sábado, 30 de março de 2013

A maior das aventuras é...


...a busca pelo autoconhecimento.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Contemplação de um Quadro Campestre Inacabado


O azul do céu abre meus olhos...

Duradouro, infinito, dourado trigal avança...

Deixo-me conduzir por alguém que não vejo. 

A rodovia estreita e antiga ceifa o campo em duas partes: o antes e o depois.  

Ao longe, pequena casa caiada solitária, abandonada, quase sem telhado, não sabe mais a razão de estar ali. Sempre me ocorre a impressão de que alguém um dia voltará a morar nesse lugar.

Subo a colina. O aclive é suave; canso-me pouco. Quero ver tudo o que me é permitido, lá em cima. 

No alto, o cedro frondoso me espera. 

Apanho três folhas mortas. 

Uma vespa, em tons metálicos, cintila sob o Sol. Seu zumbido me diz que voa a procura duma flor. Parece longe de seu ninho... Até agora, não há flores por aqui, embora sinta vários aromas bons, e irreconhecíveis, em cada cor que se revela. 

O clima da tarde é ameno. A tranquilidade que invade cada detalhe apaga das lembranças a possibilidade da fala. 

Eu podia jurar que uma nuvem sorriu para mim e uma outra desenhou meu destino... 

Toco no tronco do cedro. A árvore é uma anciã. Ponho-me a ouvi-la em sua história. Sentado, mergulho na ampla massa de sombras que projeta ao seu derredor. 

O que eu quero que exista além da colina?

Falta pintar o horizonte e colorir a tarde com o seu final. Retocar, a composição...

Não ficou bom (ainda não, porque não quero terminar).

Para ver o Sol da tarde, fecho meus olhos...

Deixo cair, de minhas tintas, o pincel.

terça-feira, 26 de março de 2013

Pequenez


Não há lugar onde eu me sinta mais agradavelmente ignorante do que numa biblioteca...

domingo, 24 de março de 2013

Mensagem da Veneranda




Ainda é tempo de recompores uma situação infeliz que está ficando para trás.

Enquanto estás no caminho com o outro, há oportunidade para refazer e corrigir.

Se ele não aceita a tua disposição, o problema já não é teu.

Enquanto, porém, não te disponhas ao ato nobre, permaneces em débito.

O mau momento ocorre sempre. A manutenção dele é opcional do capricho humano.

Saneia-te com a disposição superior de não conservar lixo emocional, buscando todo aquele com quem não foste feliz, a fim de retificar a situação.

_______________

"Ainda é Tempo de Recompores...", mensagem ditada por Joanna de Ângelis (espírito) / psicografia de Divaldo Pereira Franco.

Koan: Nishikigoi


Nas margens de um lago,  mestre Satoru alimentava alguns nishikigoi*.

__Quando os peixes se aproximam do espelho d'água para comerem__  falou a seu pupilo __ele se desfaz. Todas as imagens que ele reflete se distorcem, momentaneamente, num breve caos, sob a agitação das ondulações que percorrem a totalidade do lago... 

Após breve silêncio, continuou:

__Note como perdemos o interesse pelo que está na plácida superfície... Os peixes sobressaem... 

O discípulo fixou sua atenção no lago, tentando alcançar o sentido das palavras, e ouviu mestre Satoru concluir:

__Muito além do lago, os peixes existem e nadam... Ora com tranquilidade, ora com muita fome...


________________

*Nishikigoi: espécie de carpa ornamental japonesa. 

domingo, 10 de março de 2013

The Trees



Aumenta que isso aí é Rock 'n Roll!


sexta-feira, 8 de março de 2013

DIA INTERNACIONAL DA MULHER...


...É TODO DIA E PONTO FINAL!!!

Se dizer isso é clichê, garanto que não é mais do que comemorar a data todos os anos...

Sempre fui avesso a essa mania de efemérides sobre isso ou aquilo.

Entretanto, entendo que muitos homens do tipo "casca grossa" precisam dessa data para pensarem no quão importante é ter vocês, caminhando ao nosso lado (e na nossa frente também) nas lutas do cotidiano... 

Pelo menos, respirar nesse clima de reflexões políticas, sociológicas e históricas, acerca do papel da mulher na construção de uma sociedade cada vez mais democrática, justa e humanizada, durante vinte e quatro horas, para alguns homens já é um bom começo. 

Não fiquemos somente com esse dia em nossas lembranças... Façamos dessa data um instante de projeção permanente em sucessivos amanhãs, através do cultivo diário do respeito, do carinho e da atenção, não só nos grandes momentos, mas nos igualmente importantes pequenos momentos de nossas vidas com vocês, mulheres de todo o mundo.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Aos Navegantes (2)

Apenas para constar:

Pelo visto, o problema com aquelas palavras que se "transformam" em links com "balões de propagandas" estão relacionadas ao navegador. Aqui, elas só estão aparecendo quando uso o Firefox...

Em todos os blogs que eu visitava, essas propagandas apareciam, relacionadas com alguma palavra nos posts e também nos comentários... Notei que o próprio dono do site não percebe, porque o seu navegador, na certa, é outro.

As soluções que me foram apresentadas, até agora, não surtiram qualquer efeito... Por enquanto, vou ficar usando um outro navegador.  

Meno male...

sábado, 2 de março de 2013

A Última Luz


A mariposa, pobrezinha, durante aquela noite já havia esquecido tudo o que lhe importava realmente. Deixara para trás a felicidade que costumava encontrar nos jardins ao ar livre sob a luz do luar. Abandonou por completo sua natureza, fascinada pelas luzes artificiais das residências e dos estabelecimentos comerciais.

Encantava-se com o brilho fugaz e voava célere, quase desesperada, rumo às lâmpadas que iam sendo ora apagadas, ora acendidas, totalmente indiferentes a sua presença.

Por horas a fio, de casa em casa, buscava abraçar e agarrar a iluminação das varandas, dos corredores, dos tetos... Mal se acendia uma lâmpada e lá estava a mariposa, rodeando-a, vertiginosamente, até a embriaguez... Queria luz! Queria calor!  Desejava ter para si toda aquela luminosidade que emanava das construções humanas; que parecia emergir instantânea, a maneira de um "Big-Bang", um clarão insano de vida, um passe de mágica!  

Mas... e o néctar das flores noturnas e a fragância que elas exalavam? E a umidade suave da madrugada com o sereno que outrora fazia luzir a Lua Cheia em seu corpo? E as valsas que dançava com seus pares no embalo da melodia das brisas que eriçavam carinhosamente as escamas coloridas de suas asas majestosas?

A verdade é que não trazia mais em seu coração vaidoso o interesse por aquela vida que julgava agora ser provinciana, de mal gosto. Enxergava o espaço dos jardins como sendo locais de luzes frias, pequenas e serenas, quase apagadas, sem emoção. Os jardins se tornaram para ela o retrato da pobreza na falta de sofisticação; a imagem da insatisfação dos sentidos, do tédio sem fim... 

Sua sede era de estar ali, ao lado daquilo que poderia iluminar-lhe, ainda que por alguns segundos. Mesmo nesses curtos instantes nunca se dispôs a pensar porque duravam tão pouco...

Por toda a noite foi assim. Substituía o encontro de uma luminária pela outra e conheceu quase todos os tipos de lâmpadas que existiam no mercado, nos seus mais variados formatos, em seu insaciável afã por luzes alheias. 

A mariposa, esgotada, finalmente viu a última lâmpada do bairro ser apagada quando o dia se levantou da sua cama de estrelas perante os primeiros raios da alvorada. Ela não suportava mais qualquer bater de asas. Tombou exangue, no primeiro degrau da entrada de uma casa, a poucos metros de um jardim... 

Ao ver o Sol pela primeira vez, quis a sua luz e, sentindo o seu calor, lembrou-se da natureza que havia deixado para trás... 

"Os jardins!" - pensou - "Preciso deles...!", porém, o seu corpo não respondia mais o coração... 

A Lua... a melodia dos ventos assanhando suas asas... seus pares... a umidade... a serenidade... os perfumes... a paz...   

Partia. 

Todavia, era cedo demais.