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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Lesão


Nova categoria de esporte radical: andar pelas calçadas do Recife.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Mahatma


"Há riqueza bastante no mundo para as necessidades do homem, mas não para a sua ambição."


sábado, 26 de janeiro de 2013

Nuvens



Lindíssimas imagens para meditar e descansar a alma.


Estações

Entrou matreiro pela janela da cozinha, o sol, e descobriu em cima da pia um cubo de gelo, desolado, ensimesmado.

Cheia de piedade, a estrela quis lambê-lo e assim o fez.

O detento do frio se liquefazia agora em lágrimas mornas, copiosas, que se esparramavam sobre o mármore, indo até o piso... 

Enquanto escorria lentamente, inundando frestas e imperfeições, traçava, qual hábil artista, nas superficies aonde passava, sorridentes filetes que impressionavam o mundo ao seu redor...  

Molhou alguns grãos de arroz, bem como o carpete e o braço da dona de casa; misturou-se com a poeira dos cantos e com um resto de suco derramado. Também formou minúsculas poças que formigas sedentas agradeceram. 

Uma parte de si desceu pelo ralo, após sequestro arquitetado pelo pano de chão com a cumplicidade da flanela... 

Mas houve aquela parte cujas lágrimas cintilantes ascenderam às alturas azulíneas onde reinam soberanos os cúmulos, os nimbos e os estratos.

Nunca imaginou que um dia, algo nele voltaria a ser como a chuva numa outra estação...


Ecocídio


Qualquer forma de degradação do meio ambiente tem por princípio a nossa poluição mental.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Anima (2): Mais Uma Canção

No dizer da própria autora, Lívia Holanda, a animação a seguir é "uma fábula digital original que retrata a dificuldade dos encontros em um mundo de aparências". 




Nada vai mudar entre nós... afinal...


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Desenlaces


Desilusões choram poemas e trazem o soluçar das letras condoídas.

Verdadeira catarse psicoliterária: é nossa "blogoterapia". 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Prisioneiros


A ilusão da posse, atiçada pela cobiça, é uma das grades mais duras e frias, porque nos aprisiona por dentro...

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Estranho Estrangeiro

Antes de acordar, carregou um mundo inteiro dentro de si repleto de terras longínquas e pessoas que mostravam em suas faces o desconhecido...

Quando finalmente despertou, percebeu que o distante sempre foi perto e passou a enxergar, no rosto de cada um desses desconhecidos, a sua própria face...

Não há, em nós - ele disse - um local para descanso longo, permanente.

Para onde formos, levaremos a sina de sermos peregrinos a trilhar por terras estrangeiras.

Também sou gaijin... um gaijin em mim mesmo... 

Não existe água que dure em minhas mãos para sempre.

Não existe um lugar que possa ser meu...  

Nem os passos são meus... 

Nem os rastros são meus...

Nem os pés são meus... 

Nem o caminhar é meu... 

Nem o Caminho...

Leve é a caminhadura, porque sou livre. 

A leveza é o único fardo. 


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Maçãs


Sei que os amores maduros demoram a despontar e só são colhidos nos mais altos ramos...

domingo, 20 de janeiro de 2013

Silêncio


Palco onde o sons interpretam a voz, o ruído e a melodia.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Lua e Flor




"Eu amava
Como amava um pescador
Que se encanta mais
Com a rede que com o mar
Eu amava como jamais poderia
Se soubesse como te encontrar..."

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Na música: outra do sempre inspirado Oswaldo Montenegro. Na imagem: "Moonlight", photo by  Richard X. Thripp.


Pianíssimo


Um dia, as poesias deste blog serão fruto de uma escrita a quatro mãos...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Desembaraço


Desapegar-se do mundo é abraçá-lo com a nossa própria liberdade interior.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Parando o Tempo (3)




Visto-me com a voz do silêncio, porque é a vez do sentimento...

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Na imagem: The Melody of Night, by Leonid Afremov. Na música: John Coltrane (sax) & Johnny Hartman (voz), interpretam My One and Only Love (1963)


segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Visão

Sonhei acordado,
E tive uma visão,
Era a imagem dela,
De cabelos soltos,
Sobre os ombros nus,
Busto recatado,
Saia nos joelhos,
Lábios sem batom...
Com sandálias simples,
Na descontração,
E uma rosa leve,
Que silenciava, 
Numa caminhada,
Pela sua mão...

Ela me esperava,
Num banco de parque,
Pelo Sol banhado,
Sob o alaranjado,
Daquela estação,
Com o seu cãozinho,
Todo comportado,
Aos seus pés deitado,
Companheiro irmão...

Trazia consigo,
Um livro bem cuidado, 
Todo encadernado,
De poesia nobre,
Escrito por Drummond,
Sabia que essa moça,
Tão conhecedora,
Tão encantadora,
Tinha um gosto bom...

Girava uma rosa,
Duma cor vermelha,
Cor de vida e sangue,
Cor de uma  paixão,
Ameigava o rosto,
Em sonhos, perdida,
Ela se escondia,
Atrás de seu botão...

Quando ela me viu,
Seu olhar sorriu,
E o pequeno cão
Se agitou e latiu.

Ela se levantou,
Nós nos enlaçamos,
Num longo abraço,
Aperto acalorado,
Vindo logo um beijo,
Quente com molhado,
Foi num arrebate,
Que ele, então, saiu! 

Morte da saudade,
Cores na cidade,
Após muito tempo,
Um amor febril!

Sussurros no ouvido,
Trocamos carícias,
Eu lhe dei meu braço, 
Ela deu a rosa,
E essa tarde nossa, 
Com o Sol sumiu...


Lost


I need a map to find my love...

sábado, 12 de janeiro de 2013

Carta aos Navegantes


Faço nestas linhas, uma recomendação às caríssimas leitoras e aos caríssimos leitores que por aqui aportam.

Devido às constantes revisões realizadas por mim em textos mais longos, peço que evitem ler o material publicado imediatamente. 

Não é só perfeccionismo... Realmente, ao tornar o texto público, descubro muitos erros e, à história em si, por vezes, falta coerência entre os parágrafos ou maior profundidade nas passagens.

É uma mania infeliz que eu tenho de somente editar quando vejo o texto publicado... Preciso dar um jeito nisso, sendo mais paciente... rsrsrsrs

Espero a compreensão de todos.

Um grande abraço! 

Curumim de Luz

Era o céu que desabava sobre a cidade, na noite passada, numa noite de aguaceiro.

Uma chuvarada de pingo grosso e água fria caía forte, pesada, como se quisesse lavar o mundo das mazelas do homem.

A paisagem urbana ia adquirindo contornos imprecisos no momento em que fui surpreendido por algo, ou alguém, semelhante a uma criança, no que parecia ser uma brincadeira em meio ao dilúvio...

Suas risadas rivalizavam com o som retumbante dos trovões e seu sorriso era um relâmpago de esperança. As sombras, nos interiores dos edifícios, espantavam-se, ofuscadas, e recolhiam-se depressa diante da sua presença.

Com um pouco de dificuldade, eu enxergava a rua, mas conseguia vê-lo com muita nitidez. Podia jurar que todas as luzes daquela hora o procuravam...

Lembro-me de um vendaval,  a maneira de um dragão serpentino, tomar  a criaturinha pelos braços, colocá-la  sobre o seu lombo para juntos galoparem por dentro do temporal.

A passagem de ambos perto de mim tilintou com vigor meu mensageiro dos ventos, agitou as cortinas, secou minha boca, assanhou meus cabelos...

Após um rápido rodopio em torno de um poste, partiram juntos, rasgando aquele espesso véu d'água, tecido com abundância sobre as vias urbanas... Sumiram por entre os prédios...

Creio, agora, que talvez tenha sido um corisco que se fez criança, um "curumim de luz"...

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Tanque Vazio


O passado sempre nos alcança, quando, ao movimento das engrenagens do presente, falta um combustível chamado "vontade de viver".

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Imortais



Perdemos a noção de que somos algo,
Além do tempo e do espaço, 
Quando deixamos de amar.

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Na música: mais um sonho de Amethystium.


O Amor...



 
Eterna âncora de sonhos, 
Segurando os veleiros de nossa vida, 
Em oceanos ardentes de paixão. 


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Na imagem: "Sailboats at Sunset", by Leonid Afremov


terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Silogismo da Licença Poética


Havia dito que:

"Amar são flechadas que reúnem, matando as metades..."

Não seria, a forma correta, do ponto de vista da sintaxe de concordância, a expressão "amar é uma flecha que reúne..." ao invés de "amar são flechadas..."? 

"Amar" (infinitivo substantivado), no caso acima, vem com ares de poesia, sendo, por isso, uma construção que segue a linha do raciocínio abaixo*:

Amar é tudo nesta vida!
E tudo são flores.
Logo, amar são flores...

De onde surge - com a licença poética - "Amar são flechadas...".

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*Nota: o silogismo supracitado só existe na alma do poeta, onde uma língua pode voar com inteira liberdade...

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domingo, 6 de janeiro de 2013

Minha Droga

A Arte é minha droga.

Cheiro, fumo, enrolo-a no papel,
Diluo, misturo, injeto-a na veia,
Com suas folhas secas, fiz um chá...
 Até a alegria liberta se esbaldar,
Na excitação que ora me enxameia!

Engulo os comprimidos,
Ando pelas ruas doidão...
Ela é meu vício, meu narcótico,
Um psicotrópico encapsulado,
Que me embriaga de paixão...

E não dou um tostão,
Para essa concorrência,
Deixo despencar na falência: 
Maconha, craque e cocaína
Cigarro, ecstasy e álcool, 
E a tal bandida heroína!

Eu quero arte no sorriso,
Virar mamulengo saltitante,
Que mergulha na poesia,
Me molhar de sinfonia,
Em mar de prosa cativante!

Na arte, quero escorregar,
Do óleo da tinta à emoção,
Dégradé no choro das cores,
Descobrindo a tela, meu rosto,
O ator aos pés da encenação!

Quero vida, quero arte,
Lucidez na solidão,
Quero o bem que me faz bem,
Não a morte nessa fuga,
N'alma triste, a ilusão...


Latência Impressa


Numa folha em branco pode haver muita verdade, liberdade e igualdade. 

Nunca, porém, a presença da nossa ausência...

Não deixamos de ser diante de uma folha em branco. 

Nela, existimos à maneira da árvore adulta que, latente, já vive na bolota de carvalho...

Folha em branco é renascimento, ignorância, continuidade, reconstrução em qualquer espaço infinito que saiba ler e interpretar a arte de quem fala sem ver o que escreve.

É um existir sem o desespero de rasgar a página na busca pelo preto das letras, ainda que a mudez seja a única voz na cor...

sábado, 5 de janeiro de 2013

If Not For You




"If not for you Babe, 
I couldn't even find the door
I couldn't even see the floor
I'd be sad and blue, if not for you..."

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Na imagem: Metamorphosis, surrealismo de Vladimir Kush.
Na música: If Not For You, de Bob Dylan (cover: George Harrison)


Aprendendo a Amar

Durante esta madrugada, nas minhas meditações, obtive duas respostas cruciais, daquelas de parar o tempo... As soluções que me foram apresentadas são verdadeiros desafios dentro dessa constante luta sem quartel contra o ego e suas influências...


I

"(...) perguntamos se pode ser correto aguardar¹, enquanto outros se envolvem com o que é arriscado. A resposta é "sim". Para alcançar o domínio próprio, perecisamos liquidar o falso dragão do medo dentro de nós. Se notarmos que alguém segue um falso caminho, não devemos desesperar. O desespero diz apenas que receamos uma derrota dessa pessoa, e esse receio a tolhe, deixando-a aprisionada em nossa dúvida. Se as pessoas nunca se expuserem ao risco, ficará mais difícil a descoberta de si mesmas. Devemos livrar-nos da desconfiança e colocar nossos temores nas mãos do Desconhecido. Desta maneira, poderemos tolerar e suportar o que, de outro modo, nos deixaria imensamente perturbados. (...)"


II

"(...) Salvar significa que, independente de ganharmos ou perdermos o que deseja o nosso eu infantil, conseguimos valorizar o potencial de outra pessoa para ser humilde e elevada em seus pensamentos. (...) É o amor verdadeiro que concede espaço, que espera pacientemente, que persevera sem pensar no eu ou em recompensas, que nada tem a ver com manifestações superficiais, exibições de afeto, declarações de amor ou possessividade. O amor desinteressado sustenta o outro invisivelmente, atraindo-o para o bem dentro de si mesmo. É um amor cuja a única recompensa é a intimidade com a própria pessoa; mantendo-o, estamos em paz.(...)"



Nota¹: "aguardar", no contexto apresentado, quer dizer não apenas dar espaço às pessoas, a fim de que alcancem o aprendizado, mas também, manter sempre a confiança no potencial delas para o bem e na capacidade  para que encontrem o caminho correto.

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Os dois excertos acima foram extraídos de O Guia do I Ching - Ed. Nova Fronteira. 

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Oportunidade


Quando a realidade se veste de generosidade.

Arco e Flecha


O Amor, desde que incondicional, vai até onde quiser.

Minha Dose de Ventura na Veia da Alma





A música domestica o fogo das paixões, ofertando-nos o seu calor, na medida da harmonia.

Propicia, dessa forma, o preparo dos alimentos da alma em pratos com o sabor das mais venturosas emoções, saciando a nossa fome de paz interior... 

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Na música: terceiro movimento da Sinfonia nº 3 (poco allegretto), de Johannes Brahms. Na pintura: "Wanderer above the Sea of Fog", 1818, de Caspar David Friedrich.


Destaque (2)

"Tenho a dizer que, no fim todos nós somos crianças desesperadas, e então não nos resta julgar, se não tentar compreender o outro com toda sua subjetividade. Para qualquer relação funcionar, há que se ter paciência e compreensão."




Agradeço as sábias palavras, minha amiga. Você fala como quem cultiva frutos deliciosos, num pomar repleto de árvores da humildade e do perdão... 

Preciso de calma,
Preciso de alma,
De reencontro com o Self...

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Jogando a toalha...



O que vi e li, hoje a tarde, foi uma verdadeira pá de cal no que eu sentia por ela.

Impossivel conseguir uma união de corpo e alma com quem não se dá o devido respeito. É querer misturar água com fogo.

Mas a verdade um dia bate à porta, despida de santidade. Demora, mas surge com o dia, e esse dia chegou. Dia das máscaras caírem! Que maravilha! E o carnaval nem começou...  
Incomodava-me uma espécie de voz interior, como um mal estar, sinalizando a realidade a todo o instante. "Sai dessa rapaz, sai dessa rapaz, sai dessa...", insistia comigo a intuição. Na verdade, eu tive que ver para crer...

"Oh, homem de pouca fé!" - alguém poderia dizer, neste momento, e com razão.  

Em suma, decepção.

Não existia entre nós dois  medo ou indiferença; o que houve foi diferença. Sempre olhamos para lados opostos. Aquilo que me fez pensar em supostas semelhanças, e manter aceso o que sentia, vinha sendo desfeito aos poucos, como uma pintura que vai desbotando. Uma pintura com traços de fantasia e alienação. Eu tentava retocar, porém, a cada dia, menos vontade tomava posse de mim devido a vitória dos fatos que emergiam.

Triste vê-la ganhar as cores da multidão e desaparecer no meio dela. Vê-la despencar numa igualdade medíocre. Menina, por onde anda o teu amor próprio?! Por que buscas a aprovação de olhares que te sujeitam ao ridículo?! Vais aprender por si só, que essa rua por onde andas não tem saída... 

Ficou em minhas mãos, a responsabilidade de apagar as sobras dessa paixão - que já não estava lá essas coisas - e buscar a compaixão. 

Desisto da mulher - que nunca existiu - para aceitá-la e abraçá-la como uma criança que precisa de amparo. Nela, eu vejo que maturidade só rima com idade no dicionário...

Sem ironias, posso afirmar que o ano de 2013 começou muito bem...