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domingo, 30 de setembro de 2012

Liberdade! Liberdade! Abre as Asas Dentro de Nós!

O seres humanos que se dizem democráticos comumente pregam apenas aquela liberdade referente a assuntos da realidade externa e material. Como exemplos, podemos citar a própria liberdade de ir e vir e a liberdade de expressão.

A fim de que tehamos uma vida plena, contudo, não é suficiente a teoria e a prática da liberdade social, se continuarmos com o cultivo do apego por alguém ou por alguma coisa. 

Esse dilema se mostra bem, quando um ente querido parte em virtude da morte de seu corpo biológico; quando ocorre a perda de um emprego; quando a beleza desaparece por conta da velhice; quando alguém perde a moradia, em decorrência de um desastre, despejo ou desapropriação, ou ainda, quando existe a  perda de um objeto de estimação ou de um animalzinho querido. 

De modo fundamental, a luta para sermos livres não deve ser travada tão somente no âmbito do mundo objetivo, das coisas sensíveis. A liberdade é, antes de tudo, um acontecimento subjetivo da mais alta importância. Sua realização demanda urgência em nossas vidas pelo caminho da aceitação das dores e limitações que se nos apresentam dia após dia. 

Mas, aceitar, aqui, não quer dizer conformismo... 

Para alcançarmos a liberdade interior, que há de provocar todos os desapegos e retirar de nós toda a carga de sofrimentos proporcionados pelos desejos,  faz-se mister a promoção da maior e mais importante   revolução que espera por cada homem e mulher: a reforma do nosso mundo íntimo.

As transformações paulatinas produzidas pelo constante exercício do desatamento de laços internos, leva-nos, com o tempo, a retomada do conhecimento daquilo que nos traz a dor e mostra-nos como evitar a criação de novas amarras.

Por conhecer bem esse problema, o célebre François Fénelon (1651-1715) certa feita disse que "o mais livre de todos os homens é aquele que consegue ser livre na própria escravidão". Dessa forma, ele evocava a nossa capacidade de autodomínio e autossuperação, tirando-nos da condição de vítimas das circunstâncias.

Fénelon sabia que a liberdade íntima faz nascer um homem senhor absoluto de si mesmo, diante de qualquer situação considerada aflitiva, paralisante ou temporariamente irremediável. O estado de ser "livre em si mesmo", abre espaço para a independência emocional que afasta o indivíduo da condição de semelhança com uma mera folha solta que rodopia, sobe e desce ao sabor de ventanias, mudando constantemente sua direção. 

A liberdade interior, na superação dos apegos, é uma das condições básicas sine qua non para toda a liberdade que se queira exercer, com responsabilidade, no mundo social.


domingo, 16 de setembro de 2012

É preciso falar mais sobre isto


"(...)

Sempre que estivermos no campo audível da música, sua influência atuará constantemente sobre nós - acelerando ou retardando, regulando ou desregulando as batidas do coração; relaxando ou irritando os nervos; influindo na pressão sagüínea, na digestão e na respiração. Acredita-se que é vasto o seu efeito sobre as emoções e desejos do homem, e os pesquisadores estão apenas começando a suspeitar-lhe da extensão da influência até sobre os processos puramente intelectuais e mentais.

Além disso, influir no caráter do indivíduo é o mesmo que alterar o átomo ou unidade básica - a pessoa - com a qual se constrói toda a sociedade. Em outras palavras, a música também pode representar um papel muito mais importante no determinar do caráter e da direção da civilização do que a maioria das pessoas, até agora, propendeu a crer. Os poderes da música são multifacetados, às vezes msteriosamente potentes e, até agora, não de todo compreendidos. Podem ser usados ou abusados. Desprezamos o emprego consciente, construtivo, desses poderes em nosso próprio prejuízo. Ignoramo-lo para o nosso próprio perigo.

Conquanto pouco se reflita hoje em dia sobre o significado ou a função da música dentro da sociedade, as civilizações de outrora eram, de ordinário, muito cônscias do poder da música. Isto foi especialmente verdadeiro na era pré-cristã. Com efeito, quanto mais olhamos para trás no tempo, tanto mais se nos deparam pessoas que tinham consciência dos poderes inerentes ao âmago de toda música e de todo o som.

Tem sido fácil para o homem moderno, nascido e educado numa sociedade impregnada da filosofia do materialismo e do reducionismo, cair na armadilha de ter a música na conta de um aspecto não-essencial e até periférico da vida humana. E, no entanto, um ponto de vista dessa natureza teria sido considerado pelos filósofos da antigüidade não só irracional, mas também, fundamentalmente suicida. Porque desde a China até o Egito, desde a Índia até a idade áurea da Grécia, encontramos o mesmo: a crença de que há algo imensamente fundamental na música; algo que, criam os antigos, lhe dava o poder de fazer evolver ou degradar completamente a alma do indivíduo - e, por esse modo, fazer ou desfazer civilizações inteiras.

(...)"

(Excerto de O Poder Oculto da Música, David Tame, Cultrix, 9ª edição, 1993)              

                         

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O eixo imaginário da Terra


Com muitos amigos,
Tempos de criança,
Brincava sobre um muro,
Da largura de um tijolo,
A quatro metros do chão,
Os pés, na vertigem, suavam,
Olhos erguidos para o alto
Faziam as pernas tremularem,
O que havia, invertia-se:
Não eram nuvens no céu,
Num galope livre pelo azul,
A imaginação me queria,
E ensinava-me,
Que os edifícios,
E todo o restante da Terra,
Giravam céleres 
Ao meu redor...

domingo, 2 de setembro de 2012

Por um fio...


Penso não existir,
Quem ame pela metade,
Mas, para quem se arrisca
No Ato de Amar,
Há que se andar sempre pelo meio,
Dividir a vida em duas partes,
Recusar ambas ao mesmo tempo,
E, ainda assim,
Aceitar os lados que se juntam...

É quando percebo, então,
Que o amor e a corda bamba,
Tem tudo a ver,
Um com o outro.


sábado, 1 de setembro de 2012

Um Pedido

"Não se curem além da conta. Gente curada demais é gente chata. Todo mundo tem um pouco de loucura. Vou lhes fazer um pedido: vivam a imaginação, pois ela é nossa realidade mais profunda. Felizmente, eu nunca convivi com pessoas muito ajuízadas."