rss
email
twitter
facebook

sábado, 29 de dezembro de 2012

Palavras da Diva


"Muitas mulheres não sossegam enquanto não mudam o seu homem. E, quando o conseguem, ele perde a graça."


sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Intuição




Uma canção daquelas...


quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

A Jóia do Rio


Ela caminhava na margem oposta do rio quando a conheci. 

O que me chamou a atenção fora um brilho intenso na altura de seu peito. Uma pedra preciosa de considerável quilate que levava consigo. 

__É a maior e mais linda que vi até agora!__ gritei. 

__Quer para você?! Tenho outras!__respondeu a garota.

Soube mais tarde que era mentira. Aquela pedra era a única que possuía. Mesmo assim, sem titubear, arrancou o colar do pescoço e atirou a jóia em minha direção. 

O brilhante, todavia, teve um fim diverso: foi parar no seio das águas turvas do caudaloso rio, afundando lentamente, para meu desespero...

Olhei aflito para a outra margem. A menina não estava mais lá. Havia sumido depressa por entre os arbustos e pinheiros, assustando os passarinhos. Fugira de mim, por vergonha, talvez... 

Enlouqueci. Pensei em mergulhar. Buscar o diamante...  Hesitei, porém, porque senti dentro de mim um apelo, a maneira de uma mão invisível tolhendo-me a vontade. 

Nunca mais iria encontrá-las.  

Queria devolver o que lhe pertencia realmente... Queria, na verdade, um motivo para revê-las. 

Ver o brilho daquela jóia em seu peito, mais uma vez... 


domingo, 23 de dezembro de 2012

Easy




... like sunday morning...


Na imagem: Early Morning in Paris, óleo sobre tela de Leonid Afremov. Na música: Easy (cover: Faith no More).   


sábado, 22 de dezembro de 2012

Skylines





Relógio de Areia


Acordou com a embriaguez dos sonhos.

Permaneceu na beirada da cama, no limiar entre o sono e o despertar.

A preguiça o enlaçou com mãos sedosas e parecia entorpecer, mas seu toque é o único traço de realidade nesta manhã a  dar-lhe boas vindas durante sua volta para o mundo das formas...

Pisou, lentamente, no que acreditava ser a Lua, mas sentiu a frieza do chão.  

Desligou o abajur, este luminoso companheiro que se acostumou com o papel de astro rei, o seu pequeno Sol das madrugadas. A luz que delineia a travessura das penumbra nas noites cerradas, fazendo-as navegar por mares de fantasias nas paredes de seu quarto, banhando-lhe com inspiração.

Ele precisa dum guindaste para erguer seu corpo maltratado pelo fardo das incompreensões da semana. Esse corpo que suporta um peso o qual suas pálpebras sobre olhos castanhos teimam em não erguer.

Sim, ele é um desses sobreviventes semanais que dizem haver por aí. Não é uma ficção social ou um delírio ambulante, fruto amargo do que querem que ele seja. É um indivíduo, lutando pelo último despertar. Acredita que nunca irá fenecer no esquecimento da algazarra da turba alienada e consumista que grita lá fora...

Organizou os pensamentos, colheu impressões imprecisas, num exercício para lembrar-se daquilo que sonhou. Inquieto, respirou fundo e pausadamente.

Aproximou-se dele, o silêncio, e sussurrou-lhe algumas frases que soaram como um deslizar ligeiro de grãos de quartzo dentro de um relógio de areia...

Hora de levantar.


sábado, 15 de dezembro de 2012

Limites


Cansaço...

Minhas pernas,
Não sinto mais.

O problema reside aí:
Em não sentir,
Não sentir o que me faz sair do lugar.

Não sinto mais minhas pernas,
Depois de tanto correr,
Depois de tanta pressa.

Andar é tudo que resta,
Nessa lentidão imposta,
Composta de um querer e um não poder mais.

Cansaço:
Rédea,
Freio,
Reencontro.

Pernas...
Para que vos quero?
Para trazerem o olhar?
O ouvir?
O apreciar?
O conversar?
Para simplesmente parar?
Parar de tanto pensar,
No meditar, buscar sentir?
Viver?

É possível amar sem as pernas sentir?
(Sentir? Nem me lembro mais...)
Tenho que as perder para amar?
(Forma e tamanho de minhas pernas... Nem me lembro mais...)

Caminhar até algum lugar? Não.
Somente caminhar...
Somente o caminho,
Lento, até sentir o coração,
O sangue quente,
Pulsante,
Nas pernas,
Outra vez.

Sem elas ando, ainda,
Apesar de acreditar que voo...
E as pernas estão onde sempre estiveram,
Mas o cansaço que sinto,
Não me deixa sentir...

sábado, 8 de dezembro de 2012

Fala, Millôr!


"Quem mata o tempo não é assassino, é suicida."

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Love of My Life




O rock nunca mais teve uma voz como essa...

Mais uma vez...


... a madrugada tomou conta de mim...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Céu de Magritte


O carrilhão escorado na parede marca dez minutos para as dezessete horas. 

Na sala de espera, distraio-me com um tênue fio de fumaça delgado que sai de um charuto repousado sobre um cinzeiro de cristal em forma de estrela.

Cinzas acumuladas me dão vontade de jogá-las fora...

O ar-condicionado brinca com o filete dançante de fumaça, criando imagens, como se soubesse que eu estava ali para aplaudi-lo...

Cansado, respiro fundo. 

O aroma é doce.

Ele invade meus pulmões e vai subindo pelas paredes do recinto; passeia ao redor da luminária e ultrapassa o teto, tranqüilamente...  

Fez meus pensamentos levitarem para longe de meus olhos, para além da janela. É quando percebo que a única coisa que muda nesta tarde é o céu... suas cores e suas nuvens...

Lá embaixo, tudo igual.

Igual até as pessoas desaparecerem... até perderem seus sonhos para outros sonhos.

Do outro lado da rua, no oitavo andar, alguém acena para mim. Não a conheço, mas aceno de volta.

Escuto a maçaneta da porta girar.


domingo, 2 de dezembro de 2012

Espelho, Espelho Meu...


Este som é completamente surreal...


Só consigo imaginar um longo corredor, imerso na penumbra, e um caminhar compassado e solitário de alguém, a procura de si mesmo, em meio a tantas ilusões...  

(A Kraftwerk foi uma das bandas responsáveis pelo lançamento dos alicerces da atual música eletrônica).


Cecilianas?



Ego Sum


Quem acompanha este blog há algum tempo, sabe que eu gosto de trazer algumas reflexões sobre o ego.

Mas, afinal, o que seria esse tal de "ego"? 

Numa tentativa de responder a pergunta acima, fui em busca de uma definição dada por Carol K. Anthony, em o "Guia do I Ching", e que não é aquela da Psicanálise. O significado a seguir, tem a ver com os estudos orientais sobre autoconhecimento e autotransformação:

"(O) Homem (ou Mulher) Inferior é nossa autoimagem/ego. Aqui definido, o ego é composto de todas as autoimagens que já foram adotadas por nós ou que a fantasia nos levou a adotar. Uma vez criado, este eu adquire vida própria, cercando-se de uma verdadeira barricada defensiva e arrogante. É como se vestíssemos um determinado traje, por gostarmos do modelo, mas apenas para descobrir que ficou demasiado folgado em nós, fora de controle. O ego usurpa a liderança do verdeiro eu (Homem - ou Mulher - Superior) e, por manifestar-se pelo orgulho, resiste a ser deslocado."

A própria autora, no livro supracitado, ainda nos diz que nossa tarefa "consiste em ficarmos em guarda contra os questionamentos do ego e em nos mantermos libertos de seus desejos e exigências, suas esperanças e medos, suas crenças e dúvidas, seus pactos, promessas, velhas áreas de sensibilidade interior e reações habituais."

sábado, 1 de dezembro de 2012

Quanto ao resto...


"Uma mágoa não é motivo pra outra mágoa. Uma lágrima não é motivo pra outra lágrima. Uma dor não é motivo pra outra dor. Só o riso, o amor e o prazer merecem revanche. O resto, mais que perda de tempo... é perda de vida."

Chico Xavier

Detalhes




Tenho nos detalhes uma de minhas paixões. 

Gosto de ver aquilo que, infelizmente, tão pouca gente vê ou se importa no dia a dia: a beleza nas partes isoladas de um todo.

Comumente, esquecemos que as minúncias, os pormenores, muitas vezes, têm o poder de guardar a verdade a respeito de nós mesmos e do mundo que nos cerca...