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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Bambuzal


No caminho
Chuva fria
Vendaval
Bambuzal
Açoitado
Reverente
Apontando
A direção
Vejo a trilha
Vou trilhando
Quase caio
De joelhos
Levo a mão
À cabeça
Não segura
Meu chapéu
Sobre mim
Desaba o céu!
Lamaçal
Finco os pés
Folhas caem
Passageiro
Suportando
Sobrevivo
Por inteiro
Mundo inteiro
Tudo acaba
Tudo volta
À retidão
Sigo em frente
Mais ligeiro
Mais humilde
Bambuzal
Que se curva
Não se quebra
De tão forte
Espanta a morte
Quando sopra
Vendaval

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Todos os Dias

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Estados de Consciência

Não acredito em céu, muito menos em inferno, exceto dentro da compreensão do seguinte texto (não é de minha autoria):


Parábola do Céu e Inferno


Um Samurai grande e forte, de índole violenta, foi procurar um pequenino monge.

- Monge - disse, numa voz acostumada à obediência imediata - Ensina-me sobre o céu e o inferno!

O monge miudinho olhou para o terrível guerreiro e respondeu com o mais absoluto desprezo:

- Ensinar a você sobre o céu e o inferno? Eu não poderia ensinar-lhe coisa alguma. Você está imundo. Seu fedor é insuportável. A lâmina da sua espada está enferrujada. Você é uma vergonha, uma humilhação para a classe dos samurais. Suma da minha vista! Não consigo suportar sua presença execrável.

O samurai enfureceu-se. Estremecendo de ódio, o sangue subiu-lhe ao rosto e ele mal conseguiu balbuciar palavra alguma de tanta raiva. Empunhou a espada, ergueu-a sobre a cabeça e se preparou para decapitar o monge.

- Isto é o inferno - disse o monge mansamente.

O samurai ficou pasmo. A compaixão e absoluta dedicação daquele pequeno homem, oferecendo a própria vida para ensinar-lhe sobre o inferno! O guerreiro foi lentamente abaixando a espada, cheio de gratidão, subitamente pacificado.

- Isso é o céu - completou o monge, com serenidade.

__________________

Ou seja, céu e inferno não tem a ver com "geografia espiritual"... Tem sim, com estado de consciência.

E o que eu disser sobre isso, em meus textos, não passará de símbolos a descreverem meus estados de espírito...


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Egotrips


Deixar a "criança interna" vir à tona é sinal de maturidade. "Ser criança" não é ser um bobo, um inconseqüente. Muita gente pensa que ser sisudo é condição para se tornar adulto...

Por deixarem essa criança presa é que existe tanta gente com uma qualidade de vida tão aquém da ideal, prejudicando, inclusive, muitos do seu convívio.

Passei uma boa parte da vida com uma visão muito séria de mim mesmo, das coisas, pessoas e situações. Era um jovem "metido a velho". Este "homem antigo" ainda pode ser visto em várias passagens dos textos de meu blog.

Talvez, esse ancião nunca pare de me assombrar. Talvez...

* * *

Por mais que eu seja educado, gentil, sem excessos ou afetações, a maioria das pessoas que conheço, ainda fica ressabiada em me conhecer. Até hoje, não sei a razão disso. Cismam comigo do nada. Parece que todo mundo se torna tímido perto de mim; sem jeito... Aproximam-se com o freio de mão puxado...

Antes que alguém diga que isso é "neura" ou "invenção de minha cabeça", sei que existe algo diferente no ar, porque, quando olho ao redor, vejo que isso não acontece com os outros... Sempre tive que improvisar para deixar as pessoas mais à vontade.

Preconceitos, às vezes, são engraçados. Ora nos fazem sentir um Frank Sinatra, ora um macaco dentro de uma jaula de zoológico...

Mais tarde, vêem que não sou um bicho de sete cabeças; que tenho boca, mas não sou de morder; que minha vida é um livro aberto... Terminam dizendo que sou muito legal e coisa e tal...

* * *

Por mais sério que um dia eu tenha sido, paradoxalmente, nunca gostei de ambientes cheios de formalidade. Sempre flertei com a espontaneidade que gera aqueles momentos cheios de alegria serena, na qual ficamos distantes de qualquer ansiedade, totalmente à vontade perante o outro; de alma despida.

* * *

Se por um lado, gosto de espontaneidade, de alegria e de ser criança, por outro, evito as festividades que aglomeram as multidões frenéticas. Prefiro o silêncio das praias e ruas desertas quebrado apenas pelo sussurro do vento, pelo canto dos pássaros e pela voz da pessoa amada... Tenho verdadeira paixão pela cumplicidade e pela intimidade (no amor, dupla mais perfeita, não há). Creio, piamente, que estas duas últimas só podem ser satisfeitas, de forma plena, numa "solidão a dois"...


domingo, 13 de fevereiro de 2011

Urbana Legio Omnia Vincit

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Solilóquio

Solidão
É quando se lida,
Sozinho,
Com a solidariedade...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Indiferença

A indiferença é um grito mudo dos mais altos e desumanos que um coração pode ouvir ou proferir.

Ser indiferente é sentenciar-se ao desterro de uma pátria chamada amor.

Perde, dessa forma, o indiferente, a oportunidade de amar duas vezes: o seu próximo e a si mesmo. Perde a oportunidade de ser duas vezes grande...

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Assim tem início mais uma madrugada...




...e não sei como, nem quando, vai terminar...

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No vídeo: parte da música "La Villa Strangiato", executada por Geddy Lee (baixo e órgão), Alex Lifeson (guitarra) e Neil Peart (bateria), integrantes da banda Rush, no Pinkpop Festival (1979).