rss
email
twitter
facebook

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Ecocídio (2)

É interessante (para não dizer que eu fico p* da vida)...

Uma parte da humanidade tem lutado para mostrar a outra que não somos seres dissociados do ambiente em que vivemos.

Dizem que qualquer atitude que prejudique a natureza volta-se contra nós mesmos...

Tudo muito certo... justo e perfeito... 

Porém, o que dizer, então, quando, nessa atitude de respeito pelo meio ambiente, não é levado em consideração o respeito por si mesmo, quanto a própria saúde? Afinal, não somos partes desse todo natural?

Reclamamos da presença dos agrotóxicos nas plantações; dos aditivos nos alimentos; dos compostos químicos expelidos pelos motores e pelos complexos industriais; do chorume nos lixões e cemitérios; dos dejetos liberados,  sem o devido trato,  pelo esgotamento sanitário... Mas, intoxicar o próprio corpo com o álcool ou com qualquer outra droga está tudo bem...

"É um direito que eu tenho, porque o corpo é meu!".

Sem problema companheiro, vá em frente e faça de suas palavras por um mundo melhor mais "verdadeiras" e "coerentes"... Ou, quer que eu o siga, vendo seu corpo nos mostrar, à exaustão, como é a luta diária dele pela manutenção da homeostase de um ecossistema de trilhões de células, tentando desintoxicar-se daquilo que você o força a consumir de modo desnecessário?  

Eu pergunto, numa quase perplexidade, verdadeiramente curiosa: o que existe dentro da cabeça de alguém que o faz limpar (ou pretender limpar) o mundo, todavia poluindo a si mesmo? 

Talvez, ele, sem perceber, não se enxergue um integrante deste mundo em que vivemos... Logo, o que dizer da maneira como vê seu próprio corpo? Em que universo ele está? Talvez, nele mesmo não se encontre para ouvir a resposta pronta... caso eu tivesse uma...  

Limpe a grama, o rio, as ruas, as praias, mas suje o corpo e sua mente... 

Parece uma piada de humor negro, ainda por cima, mal contada.  

Eu até riria... se não fosse trágico... 


0 vozes:

Postar um comentário