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segunda-feira, 8 de julho de 2013

Escaldadura


De repente, inevitável,
O tempo me mergulha,
Em água pura, cristalina,
Num imenso caldeirão,
E, impaciente, ateia o fogo,
À lenha dos meus sentidos,
À crença que me faz ser.

Ferve todo esse império,
De inverdades sobre mim,
Falsa imagem que fenece,
Semelhante à pele do corpo,
Fantasia folgada, resiliente,
Rasgada no calor intranqüilo,
Perante ruidosa ebulição...

Cozinhando a alma nua,
Etérea, luminosa carne crua,
Nesse vagaroso banho quente,
Desfigura, a escaldadura,
Meu mundo mudo, dilatado,
Por entre vapores sinuosos,
A minha volta, embaçado...


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