A Arte é minha droga.
Cheiro, fumo, enrolo-a no papel,
Diluo, misturo, injeto-a na veia,
Com suas folhas secas, fiz um chá...
Até a alegria liberta se esbaldar,
Na excitação que ora me enxameia!
Engulo os comprimidos,
Ando pelas ruas doidão...
Ela é meu vício, meu narcótico,
Um psicotrópico encapsulado,
Que me embriaga de paixão...
E não dou um tostão,
Para essa concorrência,
Deixo despencar na falência:
Maconha, craque e cocaína
Cigarro, ecstasy e álcool,
E a tal bandida heroína!
Eu quero arte no sorriso,
Virar mamulengo saltitante,
Que mergulha na poesia,
Me molhar de sinfonia,
Em mar de prosa cativante!
Na arte, quero escorregar,
Do óleo da tinta à emoção,
Dégradé no choro das cores,
Descobrindo a tela, meu rosto,
O ator aos pés da encenação!
Quero vida, quero arte,
Lucidez na solidão,
Quero o bem que me faz bem,
Não a morte nessa fuga,
N'alma triste, a ilusão...