Diariamente, a caminho do trabalho, dou-me conta, entediado, de quão célere passa a vida do lado de fora e como toda essa pressa, recheada de monotonia, nunca me interessou.
O caos da capital se acostumou, de forma quase sádica, a torturar minha paciência no trânsito barulhento. Duas horas de viagem, entrecortada por engarrafamentos, faz qualquer alma urbana desejar com veemência uma carta de alforria.
Mas, para minha felicidade, sem burocracia de qualquer espécie, sempre obtive essa justa documentação. Basta-me apenas, dentro dos coletivos que tomo, a rendição pacífica aos meus devaneios.
Essa conquistada liberdade, ainda que provisória, leva-me de um lado a outro da realidade. Portas são abertas e fechadas, vagarosamente, dentro de mim; janelas imaginárias revelam, de maneira incomum, o que há ao meu redor. Pululam em minha tela mental, sem impedimentos, lembranças, emoções soltas e pensamentos, muitas vezes, desconexos, numa tranqüila produção aleatória do espírito.
Nesse suave agito de asas surreais, acabo pairando acima das aflições imediatistas e abarco, oportunamente, de relance, boa parte do meu mundo íntimo num único olhar...
O caos da capital se acostumou, de forma quase sádica, a torturar minha paciência no trânsito barulhento. Duas horas de viagem, entrecortada por engarrafamentos, faz qualquer alma urbana desejar com veemência uma carta de alforria.
Mas, para minha felicidade, sem burocracia de qualquer espécie, sempre obtive essa justa documentação. Basta-me apenas, dentro dos coletivos que tomo, a rendição pacífica aos meus devaneios.
Essa conquistada liberdade, ainda que provisória, leva-me de um lado a outro da realidade. Portas são abertas e fechadas, vagarosamente, dentro de mim; janelas imaginárias revelam, de maneira incomum, o que há ao meu redor. Pululam em minha tela mental, sem impedimentos, lembranças, emoções soltas e pensamentos, muitas vezes, desconexos, numa tranqüila produção aleatória do espírito.
Nesse suave agito de asas surreais, acabo pairando acima das aflições imediatistas e abarco, oportunamente, de relance, boa parte do meu mundo íntimo num único olhar...
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Na imagem: "La grande famille" (1963), by René Magritte.
1 vozes:
Venha até SP e garanto que a vida vai parecer menos chata. Não sei como aguentamos essa monotonia/melancolia louca daqui...
Obrigada pelos posts no meu blog, respondi seus comentários lá.
Carol Fontes - Flores Azuis
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