O azul do céu abre meus olhos...
Duradouro, infinito, dourado trigal avança...
Deixo-me conduzir por alguém que não vejo.
A rodovia estreita e antiga ceifa o campo em duas partes: o antes e o depois.
Ao longe, pequena casa caiada solitária, abandonada, quase sem telhado, não sabe mais a razão de estar ali. Sempre me ocorre a impressão de que alguém um dia voltará a morar nesse lugar.
Subo a colina. O aclive é suave; canso-me pouco. Quero ver tudo o que me é permitido, lá em cima.
No alto, o cedro frondoso me espera.
Apanho três folhas mortas.
Uma vespa, em tons metálicos, cintila sob o Sol. Seu zumbido me diz que voa a procura duma flor. Parece longe de seu ninho... Até agora, não há flores por aqui, embora sinta vários aromas bons, e irreconhecíveis, em cada cor que se revela.
O clima da tarde é ameno. A tranquilidade que invade cada detalhe apaga das lembranças a possibilidade da fala.
Eu podia jurar que uma nuvem sorriu para mim e uma outra desenhou meu destino...
Toco no tronco do cedro. A árvore é uma anciã. Ponho-me a ouvi-la em sua história. Sentado, mergulho na ampla massa de sombras que projeta ao seu derredor.
O que eu quero que exista além da colina?
Falta pintar o horizonte e colorir a tarde com o seu final. Retocar, a composição...
Não ficou bom (ainda não, porque não quero terminar).
Para ver o Sol da tarde, fecho meus olhos...
Deixo cair, de minhas tintas, o pincel.
Não ficou bom (ainda não, porque não quero terminar).
Para ver o Sol da tarde, fecho meus olhos...
Deixo cair, de minhas tintas, o pincel.
1 vozes:
Lindo!
Me senti transportada para dentro de um quadro (imaginei a pintura com detalhes), observando o pintor passear pela paisagem e pintá-la, ao mesmo tempo. Adorei (:
Beijo!
Isabela
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