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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Algumas Razões Para Te Amar

Desde que revelei o que sinto, você nunca jogou comigo, nunca me ridicularizou.

Nunca me fez ciúmes ou mentiu para mim.

Nunca tirou proveito da situação para alimentar seu ego.

Preferiu a sabedoria do silêncio ou desconversou para não me magoar.

Muitas vezes, fui orgulhoso e fiz mau juízo, por pensar que era como as outras, quando na verdade o que havia entre nós era o medo... Sei que você possui experiência para entender que não se brinca com o amor, porque já sofreu por amor.

É verdade... Estamos crescendo, amadurecendo, transformando o amor em algo mais doce, mais nobre, menos infantil, menos egocêntrico.

Você nem imagina, mas me ensinou muitas coisas; apontou-me muitos caminhos; mostrou-me muitos sonhos.

E quando li suas palavras, pela primeira vez, há dois anos, nas linhas que deixava para trás, algo me disse que seria assim.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Meu Desejo


"Quiero hacer contigo lo que la primavera hace con los cerezos."

- Quero fazer contigo o que a primavera faz com as cerejeiras. -

(Pablo Neruda)

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Brilho Sob a Chuva (2)

Tentando afugentar o tédio que me assola, nesta tarde morna recifense, resolvi catar pela internet algumas cifras para violão. Soltar o verbo na garganta, numa cantoria, é "tudo de bão"...

Mexi num canto, cliquei noutro e esbarrei com uma música de Raul Seixas, muito gostosa de ouvir. O curioso é que ela tem tudo a ver com um texto que postei alguns dias atrás... Fiquei surpreso com a letra, uma boa "coincidência" daquelas...




Chuva Amiga - Raul Seixas

Sei que vai chover,
Mas eu não ligo quando estou com você.
Deixa chover,
Esqueça a capa e o guarda-chuva porque
Nosso amor já é um abrigo, eu sei,
Por que proteção?
Vamos sair e curtir.
Já vai chover.

Vem, deixa chover
Deixa molhar o seu cabelo com o meu.
Quando chover,
Não tenha medo de ir lá fora porque
Hoje as ruas só pertencem a nós e a mais ninguém.
Deixa molhar os seus pés,
Já vai chover.

Os pingos d'água eu vou guardar no meu corpo.
Nós dois andando sob a chuva amiga.
Quantas janelas vão fechar eu não sei
Nem importa...

Vem, já vai chover
Que tal molhar o seu cabelo com o meu?
Quando chover,
Não tenha medo de ir lá fora porque
Hoje as ruas só pertencem a nós e a mais ninguém.
Deixa molhar os seus pés.

Já vai chover.

sábado, 23 de julho de 2011

Amor Sem Grilhões

"Independência interior significa precisamente isso: não depender emocionalmente de ninguém. Tornamo-nos dependentes dos outros ao dizermos a eles: "Escute, eu me dei a você. Portanto, minha felicidade e amor próprio dependem de você e de como você me considerar. Eu pertenço a você." Isto, naturalmente, é o trabalho de nossa auto-imagem/ego, que não pode existir a menos que se veja refletida nos olhos dos outros. Ela (auto-imagem) fará qualquer tipo de barganha, na esperança de ser confirmada. Se permitrmos que tal coisa aconteça conosco, devemos tomar de volta o que quer que tenhamos dado. Não temos o direito de nos dar a alguém e, embora isso possa lisonjear a outra pessoa, ela talvez nos despreze por este motivo, já que não quer tal reponsabilidade. Quando essa outra pessoa ficar cansada da lisonja ou da conveniência de nossa servidão, irá nos abandonar. O único relacionamento correto que podemos ter com mais alguém é aquele em que duas pessoas seguem, independentemente, o caminho da verdade e do bem."

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(Carol K. Anthony, em O Guia do I Ching - Ed. Nova Fronteira )

sábado, 16 de julho de 2011

Chorando


Acordei hoje com alma de vitrola e uma música tocando sem parar na minha cabeça. Ouvi-la em meu sonho, deixou em mim um eco de saudade, uma vontade de abraçar alguém... Desde que saí da cama, fiquei cantando a letra...

Engraçado como essas melodias costumam girar a nossa volta, e entrar e sair dos pensamentos o dia todo.

A canção, por demais conhecida, é um dos momentos mais belos da música popular brasileira. Nela, Pixinguinha e João de Barro conseguiram expressar a paixão de alguém por outrem com uma delicadeza genial, ímpar. A composição exala um romantismo singelo, puro, ao mesmo tempo intenso, cálido, sôfrego.

Numa busca pela internet, encontrei esta versão, na voz de Marisa Monte, acompanhada por Paulinho da Viola:



Recordando o sonho, lembro-me de estar tocando essa música no violão, junto com alguns amigos. Lembro-me também que estávamos aqui, bem em frente ao lugar onde moro, sentados no meio-fio da calçada. Parecia um sarau em plena madrugada. Eu executava um solo em ritmo de choro, feito um virtuose. Como se o sentido de minha vida tivesse esperado por este único instante para se revelar...

Despertei e quis voltar para o sonho e não consegui... Uma pena! Tudo aconteceu muito rápido. Mas o tempo foi suficiente para a música criar suas raízes dentro de mim.

Por enquanto, os meus olhos sorridentes apenas "vão te seguindo" e canto essa melodia na incerteza de não saber por que, nos mistérios do coração, ele "bate feliz quando te vê". Não sei se posso seguir o meu coração, mais uma vez aberto, logo agora que cicatrizava...

domingo, 10 de julho de 2011

Brilho Sob a Chuva



Quando a chuva finalmente aparece, e você não foge com a multidão em busca de abrigo, acaba andando sozinho no meio da rua.

É sempre assim. Nesses momentos, uma alegria melancólica aperta o meu peito e permaneço com todas as lágrimas alaranjadas no final da tarde. Nunca é completa uma alegria dividida apenas consigo mesmo.

Depois, as ruas se enchem mais uma vez de gente e a multidão seca me vê como um tolo de roupas encharcadas. Esses de roupa seca fogem de mim como fogem da chuva. Fogem de si mesmos, na verdade.

Com a chuva, a Natureza vai resgatando a minha inocência perdida... Para ela, sou terra molhada, porosa. Cada gota d’água que escorre na pele e se infiltra em meu corpo reflete a luz do Sol.

Nessa tarde, eu tive a chuva, sozinho. Mas não a quero apenas em mim. Há chuva para quem quiser. Basta que fiquemos esperando por ela, a passos lentos, bem no meio da rua.

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Na imagem: óleo sobre tela de Leonid Afremov.