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sábado, 12 de setembro de 2009

Alma, Poesia & Representação

Colocar em palavras os sentimentos altera sobremaneira a realidade vivida pelo poeta.

Alma nenhuma está circunscrita ao corpo, ou a um único corpo. Não falo aqui em reencarnação. Refiro-me à liberdade que a alma - essência de qualquer ente - pode encontrar no pensamento (ou no coração) de outrem.

Entretanto, será que a essência encontra mesmo liberdade neste mundo?

Toda essência é fugidia por natureza. Sempre clama por liberdade, ante o mínimo ato de limitação por parte do poeta.

Quem sabe se não é essa dialética, entre o aprisionamento que a razão impõe à alma e o permanente anseio desta última por fugir das amarras daqueloutra, que enseja os rasgos de criatividade?

Neste plano das formas, onde imperam os rótulos, as compactações, os embrulhos e revestimentos talvez só reste à essência das coisas o espaço limitado das representações, por maior que seja o espaço permitido pela consciência de outrem.

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