Quando menino, bem pequeno mesmo, fiquei impressionado com duas pinturas que havia aqui em casa.
Eram, na verdade, cópias pequenas, emolduradas com muita simplicidade. Sobre ambas, uma fina proteção de vidro lhes dava um aspecto de integridade, como se quisesse conferir-lhes brilho e valor.
Ficavam dependuradas num pequeno corredor, em local estratégico. Impossível quem não as visse, ainda que de relance, todos os dias.
Nunca me interessei em saber onde, de que modo e com quem meus pais adquiriram essas peças. Meu interesse era tão somente pelas imagens gravadas, suas cores e traços bem marcantes, bem como pelas histórias que elas pareciam querer me contar.
Vez por outra, segurava um destes quadros e me perdia num mundo de imaginação: conseguia vislumbrar a alegria e a dança dos camponeses medievais; forjava diálogos entre eles e os soldados; e ficava querendo juntar as duas imagens para criar uma única vila...
Eram cópias aparentes, porém, para mim, transformavam-se em realidades que saltavam vivazes diante de meus olhos, envolvendo-me como se lá estivesse.
E estava...
Mais tarde, por meio da coleção intitulada "O Mundo da Criança", tomei conhecimento de que os conteúdos desses quadros não passavam de meras imitações de duas obras dum grande pintor flamengo, que viveu século XVI, chamado Pieter Brueghel (1525/30 - 1569).
Dizem que Brueghel recusava-se a pintar quadros e retratos para igrejas, contrariando prática comum daquela época. As cenas do cotidiano medievo despertavam-lhe maior interesse.
Observando suas obras, percebemos também a paixão que possuía pelas paisagens celestiais tempestuosas, montanhas alcantiladas, árvores desnudas, neve abundante, campinas verdejantes que cintilam em tempos primaveris...
Sua arte toma forma e ganha relevo por meio de cores radiantes, figuras humanas repletas de vitalidade e cenários majestosos.
Hoje, Brueghel pode ser encontrado em galerias de museus situados em Washington, Detroit e Nova Iorque (como exemplo, o Metropolitan Museum of Art).
Atualizando (09/06/2010):
Antes, havia colocado como background deste blog, quando o mesmo se chamava "Servo da Gleba", uma imagem que era uma singela homenagem de minha parte a esse grande pintor. A obra escolhida: The Corn Harvest (August)1565 que pode ser vista aqui.
Eram, na verdade, cópias pequenas, emolduradas com muita simplicidade. Sobre ambas, uma fina proteção de vidro lhes dava um aspecto de integridade, como se quisesse conferir-lhes brilho e valor.
Ficavam dependuradas num pequeno corredor, em local estratégico. Impossível quem não as visse, ainda que de relance, todos os dias.
Nunca me interessei em saber onde, de que modo e com quem meus pais adquiriram essas peças. Meu interesse era tão somente pelas imagens gravadas, suas cores e traços bem marcantes, bem como pelas histórias que elas pareciam querer me contar.
Vez por outra, segurava um destes quadros e me perdia num mundo de imaginação: conseguia vislumbrar a alegria e a dança dos camponeses medievais; forjava diálogos entre eles e os soldados; e ficava querendo juntar as duas imagens para criar uma única vila...
Eram cópias aparentes, porém, para mim, transformavam-se em realidades que saltavam vivazes diante de meus olhos, envolvendo-me como se lá estivesse.
E estava...
Mais tarde, por meio da coleção intitulada "O Mundo da Criança", tomei conhecimento de que os conteúdos desses quadros não passavam de meras imitações de duas obras dum grande pintor flamengo, que viveu século XVI, chamado Pieter Brueghel (1525/30 - 1569).
Dizem que Brueghel recusava-se a pintar quadros e retratos para igrejas, contrariando prática comum daquela época. As cenas do cotidiano medievo despertavam-lhe maior interesse.
Observando suas obras, percebemos também a paixão que possuía pelas paisagens celestiais tempestuosas, montanhas alcantiladas, árvores desnudas, neve abundante, campinas verdejantes que cintilam em tempos primaveris...
Sua arte toma forma e ganha relevo por meio de cores radiantes, figuras humanas repletas de vitalidade e cenários majestosos.
Hoje, Brueghel pode ser encontrado em galerias de museus situados em Washington, Detroit e Nova Iorque (como exemplo, o Metropolitan Museum of Art).
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Atualizando (09/06/2010):
Antes, havia colocado como background deste blog, quando o mesmo se chamava "Servo da Gleba", uma imagem que era uma singela homenagem de minha parte a esse grande pintor. A obra escolhida: The Corn Harvest (August)1565 que pode ser vista aqui.
2 vozes:
Olá! Vamos tentar de novo... rsrs
Então, em 98 passei 3 meses em Bruxelas trabalhando em um albergue da juventude chamado... Brueghel (!) e foi quando conheci os artistas.
Ficou muito lindo o blog :)
Beijocas e boa semana.
Pois é, nunca tinha pensado nisso! Acho que vou inserir a experiência no Brueghel em outro post ;)
Beijocas.
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