Ela caminhava na margem oposta do rio quando a conheci.
O que me chamou a atenção fora um brilho intenso na altura de seu peito. Uma pedra preciosa de considerável quilate que levava consigo.
__É a maior e mais linda que vi até agora!__ gritei.
__Quer para você?! Tenho outras!__respondeu a garota.
Soube mais tarde que era mentira. Aquela pedra era a única que possuía. Mesmo assim, sem titubear, arrancou o colar do pescoço e atirou a jóia em minha direção.
O brilhante, todavia, teve um fim diverso: foi parar no seio das águas turvas do caudaloso rio, afundando lentamente, para meu desespero...
Olhei aflito para a outra margem. A menina não estava mais lá. Havia sumido depressa por entre os arbustos e pinheiros, assustando os passarinhos. Fugira de mim, por vergonha, talvez...
Enlouqueci. Pensei em mergulhar. Buscar o diamante... Hesitei, porém, porque senti dentro de mim um apelo, a maneira de uma mão invisível tolhendo-me a vontade.
Nunca mais iria encontrá-las.
Queria devolver o que lhe pertencia realmente... Queria, na verdade, um motivo para revê-las.
Ver o brilho daquela jóia em seu peito, mais uma vez...