Quatorze horas, mais ou menos, em um lugar no meio do nada.
Céu azul, sem nuvens... Muita areia pelo chão. Areia branca, "batida". Terreno sem inclinação, homogêneo, a perder de vista... Um deserto.
Dois arranha-céus imensos de aço e vidro foram erguidos nessa paisagem. Estão inacabados. Eles projetam sombras agradáveis, embora o Sol não aparecesse.
Betoneiras, guindastes, montes de vigas e britas, ferramentas e sacos de cimento se revelam espalhados de forma organizada, por um vasto canteiro de obras.
Não existe sinal de qualquer engenheiro ou peão nas redondezas... Uma sensação de abandono paira no ar... Quase posso dizer que tudo neste local esperava por mim, sem pressa...
Não existe sinal de qualquer engenheiro ou peão nas redondezas... Uma sensação de abandono paira no ar... Quase posso dizer que tudo neste local esperava por mim, sem pressa...
* * *
Mais tarde, compreendi que atendia a um apelo de mim mesmo para terminar o que comecei. No sonho, era como se alguém me dissesse: "Ei! Venha até aqui e olhe para isso... Vai ficar assim mesmo? Incompleto?".
Fiscalizava e avaliava o andamento de minhas próprias realizações internas cujas conseqüências nunca poderei evitar...