rss
email
twitter
facebook

domingo, 23 de agosto de 2009

Desapego





Sem você aqui,

Sempre o tudo

É feito o nada...

Mas estou aprendendo a aceitar

Que a graça do verbo amar

É estar em alguém,

E não se apegar:

Onda que vem e vai

Sem querer,

O meu querer

Que agita feito brisa,

Esse azul de nosso mar...


____________________________________

Na imagem: "Sun Curl", photo by Clark Little. Na música: "Gymnopedie nº1", composer by Erik Satie.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Solitários


By Gaijin Virtual

domingo, 16 de agosto de 2009

And I Love Her...

Crime Perfeito*

Minha rua também costumava ser assim, cheia de tranqüilidade.

Nela, jogávamos pelada e armávamos até rede de vôlei. Em nossos prédios, nem portões havia... Quase todos os vizinhos conheciam-se. Pouquíssimos carros pasavam por aqui. Era realmente uma rua sem significado no mapa de minha cidade, para nossa antiga felicidade.

Até que, numa madrugada, acordei com o barulho de máquinas e homens trabalhando. Estavam transformando minha paz numa via de acesso importante para um novo vizinho: o consumo. Tinham construído um supermercado a três quadras de onde moro...

Hoje, desperto ao som de buzinas impacientes e roncos vorazes de motores desregulados.

E foi desse jeito que assassinaram impiedosamente meu sossego.

___________________________

* - Comentário meu feito no blog Mel's no dia 13/07/2009.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Liberto


Tentei distanciar-me da saudade que a tua ausência trouxe a minha existência sem sentido. Não suportava amar apenas a solidão.

Contra minha vontade, degredei-me para uma ilha distante, onde reina o egoísta infeliz que todos os dias lamenta-se profundamente por ser assim...

Sentenciei meus sentimentos por ti a instantes intermináveis de amargo silêncio, porque perdem a razão quando alguém se encontra só.

De pensamento mudo, o claustro da cela ao qual me condenei fez-me quedar na vergonha por ter desejado nunca mais te ver...

Todavia, já deveria saber: um coração que ama é indomável, insofreável, impossível de ser preso eternamente nos pesados grilhões da indiferença do eu obscuro!

Fugi, então, de forma espetacular, dessa prisão úmida e escura, deixando para trás uma ilha chamada "tenho medo de te amar".


*   *   *

O Sol da Paixão cegou-me, cobrando o seu tributo, por eu ter sido tão rebelde.

Mas os deuses, por compaixão, fizeram com que voltasse a enxergar...

...pelos olhos de tua alma...

"E assim deve ser" - disseram-nos - "para que nunca mais haja solidão entre vós que amais um ao outro".